Enviada em: 27/06/2019

No Brasil, o envelhecimento da população tornou-se um desafio para a sociedade. Assim, é possível mencionar a previsível falta de mão de obra no país devido à redução na taxa de fecundidade e ao aumento da expectativa de vida. Ademais, o desfalque no setor previdenciário aliado ao inchaço da rede pública de saúde amargam, ainda mais, a crise brasileira.        Historicamente, após o fim da Segunda Guerra o Brasil e o mundo testemunharam um grande avanço na área da medicina, que aliado ao controle de natalidade devido ao surgimento dos contraceptivos, promoveu aumento da expectativa de vida e impulsionou o crescimento da população idosa. Segundo o economista Jorge Savoia, o envelhecimento no Brasil ocorreu de forma muito rápida, e em 25 anos o percentual de pessoas com mais de 60 anos praticamente dobrou. Diferentemente do que aconteceu na Europa, onde esse processo sucedeu-se em 50 anos, conferindo tempo suficiente para preparação de mudanças futuras. Isto posto, a escassez de mão de obra aumenta progressivamente em virtude da baixa oferta de funções no mercado de trabalho, uma vez que os empregadores preferem funcionários mais jovens. Essa situação motiva o crescimento de pedidos de aposentadoria ao Governo o que desequilibra os gastos e a arrecadação no setor.       Outrossim, a atenção à saúde do idoso é uma questão a ser debatida, visto que a sua especialidade médica carece de profissionais tanto na rede pública, quanto na privada, acarretando em aumento da mortalidade e reduzidos atendimentos. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 75% das pessoas com mais de 60 anos utilizam o Sistema Único de Saúde. Desse modo, o iminente aumento da faixa etária da população estabelece novos desafios ao Governo, como elevado gasto com saúde pública em razão da condição frágil imposta pela idade.       Portanto, cabe aos Estados, desenvolver políticas públicas de saúde preventiva para os idosos, por meio de palestras, oficinas e consultas com profissionais especializados para traçar o perfil do cidadão e auxiliar na  promoção e melhora da qualidade de vida. É necessário, ainda, que haja incentivos fiscais para empresas que contratarem idosos inativos no mercado de trabalho. Dessa forma, será possível reduzir o déficit no setor previdenciário e a escassez de mão de obra, ao mesmo tempo que restaura a saúde idosa no Brasil.