Enviada em: 21/06/2019

Ao longo da história, observou-se a valorização do idoso dentro das comunidades indígenas, que reconheciam sua profunda sabedoria e experiência de vida. Contudo, a sociedade moderna possui um pensamento muito distinto dos povos indígenas. Assim, o envelhecimento da população brasileira torna-se preocupante uma vez que, no que diz respeito ao bem-estar, o país não tem acompanhado o crescimento da terceira idade. Isso significa que, as necessidades econômicas e sociais básicas não estão sendo oferecidas dignamente àqueles que já muito fizeram pelo seu país.        Em primeira análise, é necessário reconhecer que à medida que a população idosa cresce no país torna-se cada vez mais relevante o debate acerca da Reforma da Previdência. No final do ano de 2016, o Governo Federal apresentou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que apontava para o elevado número de aposentadorias concedidas como uma das causas para o déficit previdenciário. Nesse sentido, é inegável que a população vem envelhecendo ao longo dos anos, sendo uma das causas a elevada expectativa de vida associada à redução da taxa de fecundidade, tais fatores apontam para uma transição demográfica em que se verifica um maior número de idosos e um menor número de mão de obra. Esse contexto torna-se preocupante dada a desproporcionalidade na razão de dependência entre a população economicamente ativa e seus dependentes, o que contribui para o debate acerca da questão financeira conforme o número de idosos cresce.       Além disso, outro aspecto relevante nesse debate é a questão social diante do árduo desafio de valorizar o idoso na sociedade contemporânea. Sendo assim, ainda que haja o Estatuto do Idoso, responsável por garantir seus direitos, sabe-se que a terceira idade, muitas vezes, é tratada como um “peso” devido suas limitações. Esse cenário evidencia o quanto a sociedade atual pode ser individualista, ilustrando a ideia de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, em que, segundo ele, “as relações escorrem pelo vão dos dedos”. Analogamente, esses idosos se tornam cada vez mais excluídos da vida moderna e do convívio com gerações diferentes.       Convém, portanto, combater os evidentes problemas na Previdência e a ausência de políticas públicas destinadas a população idosa. Cabe, inicialmente, ao Governo Federal, propor um plebiscito a fim de debater com população e analistas econômicos a questão previdenciária e, juntos, formularem alternativas que solucionem o saldo negativo atual e garanta a aposentaria digna do cidadão. Além disso, as escolas e a mídia devem ser responsáveis por desmistificar a ideia do idoso incapaz, por meio da educação e campanhas publicitárias, com propósito de valorizar sua sabedoria e experiência que devem ser compartilhadas. Espera-se, com isso, que o idoso receba seu devido valor na sociedade.