Enviada em: 23/06/2019

Instituído em 2003, o Estatuto do Idoso visa garantir a integridade da população de terceira idade e assegurar seus direitos fundamentais, tornando-a uma prioridade social. Entretanto, a conjuntura atual das mazelas sofridas por essa parcela crescente de indivíduos revela a precariedade dos serviços prestados pelo Estado, e reforça a necessidade de providências para revertê-la.       A priori, é preciso ressaltar que o envelhecimento vulnerabiliza o indivíduo, sujeitando-o aos mais variados tipos de violência. De acordo com o Portal de Notícias G1, o Disque 100, um serviço federal, em 2018 recebeu cerca de 37 mil denúncias de abusos ao idoso, sendo negligência e violência psicológica os mais frequentes. O cenário só piora, visto que os abusadores são na maioria das vezes familiares ou pessoas próximas, o que dificulta ainda mais o mapeamento dos crimes e sua devida punição. Tal conjuntura acarreta na deterioração do bem estar físico e psíquico de um grupo social que por natureza já é bastante frágil, o que sinaliza a urgência de medidas protetivas.        Por conseguinte, é fato que a participação ativa do indivíduo que se encontra na terceira idade seja pré-requisito de uma sociedade justa. Para tal, o cidadão necessita de uma gama de serviços que ofereçam a base para sua autonomia, dentre eles o cuidado com a saúde. Além disso, segundo a Fundação Oswaldo Cruz em 2018, 75% dos idosos utilizam apenas o Sistema Único de Saúde, dos quais 70% possuem alguma doença crônica. Evidencia-se, portanto, o desafio elementar de se promover o acesso à medicina preventiva e que garanta a qualidade de vida das pessoas acima dos 60 anos.       Em virtude dos fatos supracitados, é imprescindível que o governo invista em campanhas de conscientização, por meio de debates escolares, como também chamadas televisivas e virtuais, que apelem para a denúncia das agressões contra o idoso, bem como torne a punição mais severa, com o fito de tornar a população cada vez mais combatente dessa barbárie. Paralelamente, é necessário que o Ministério da Saúde promova o apoio pós-traumático, por intermédio de terapias com profissionais capacitados, com o objetivo de reintegrar as vítimas à sociedade; bem como intensifique o acesso à saúde, mediante expansão e  capacitação do setor geriátrico, e criação de lares de repouso, fomentando assim uma maior qualidade de vida.