Enviada em: 28/07/2019

Envelhecer é viver    A partir de 1970, o Brasil tem seu perfil demográfico transformado: de uma população predominantemente rural, jovem e com muitos filhos para uma população urbana, menos numerosa e um contingente cada vez mais significativo de pessoas com mais de 60 anos. Com o rápido envelhecimento da população do país, estima-se que em 2040 a pirâmide etária já estará invertida. Essa nova e próxima realidade mostra que cabe analisar os impactos do envelhecimento populacional na questão da mão de obra bem como na saúde pública.     Primeiramente, é válido ressaltar que as mudanças demográficas irão resultar em um rápido envelhecimento da força de trabalho brasileira, gerando um grande desafio para as empresas. Isso ocorrerá pois, segundo o IBGE o número de jovens será menor que o de pessoas mais velhas no Brasil e existe um grande preconceito com a contratação ou permanência nos cargos de pessoas com mais de 45 anos. Consequentemente, teremos déficit de mão de obra qualificada no país e "viveremos entre monstros da nossa própria criação", como dito por Raul Seixas, pois "não existe base científica que comprove a redução da produtividade do profissional mais velho, o que precisa é de gestão capaz de aproveitar o que o profissional tem de melhor" aponta João Lins líder de Gestão do Capital Humano.             Além disso, é importante salientar que o aumento da longevidade acarreta maior uso dos serviços de saúde, pressionando os sistemas de Saúde Pública e Previdência, gerando mais custos e ameaçando a sustentabilidade do sistema. Esse aumento pela procura dos serviços de saúde decorre pela fragilidade da saúde inerente a essa faixa etária e por sofrerem mais com doenças crônicas do que outras idades, assim surge a necessidade investimentos em tecnologias, formação de pessoas e aumento de oferta de serviços de saúde. Com isso tende a emergir um dos maiores desafios fiscais das últimas décadas para impedir que ocorra o que o escritor Victor Hugo cita em Os miseráveis: "a miséria de um velho não interessa a ninguém".         Assim, com o aumento da proporção de idosos acontecerá grandes impactos na vida dos cidadãos brasileiros, fazendo-se necessárias medidas para preparar economicamente o país. Primeiramente o Ministério da Saúde deve investir mais em políticas públicas de prevenção de doenças nas Unidades Básicas de Saúde (UBS's), através de treinamentos de profissionais de saúde voltado para diminuição de doenças crônicas preveníveis e suas complicações, a fim de diminuir o gasto nos hospitais com essas doenças e suas complicações que podem ser tratadas na atuação das UBS's,  afim de dar ao idoso qualidade de vida, pois como dito por Simone de Beauvoir "viver é envelhecer,nada mais".