Enviada em: 21/07/2019

Para François Chateaubriend "outrora, a velhice era uma digninidade; hoje, ela é um peso". A visão pesarosa acerca da velhice trazida pelo escritor indigitado, era tratada de forma fictícia em suas obras. Contudo, é uma realidade crua para idosos brasileiros. Tal olhar está associado intrinsecamente a costumes antigos e a inação do Estado em prover política pública de saúde, inclusão e responsabilidade social para idosos.       Em primeira análise, a questão está ligada a anacronismos e tabus construídos pela ignorância. Desta forma, imaginava-se serem os idosos inservíveis para o fazer girar a máquina econômica de um pais, sendo estes vistos apenas como um ardo para o Estado que os sustentaria através da previdência social. Essa óptica incipiente é resultado da falta de altruísmo e empatia daqueles que vivem no pais dos tabus enraizados, o Brasil, e preferem não ver quão importante é a inclusão de idosos no mercado de trabalho, o que implicaria em dados positivos para a economia nacional.         Em segunda análise, é imperioso destacar a força da omissão estatal na intensificação dos impactos do envelhecimento da população brasileira. Segundo relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, no Brasil, a população que já é considerada senil, impacta negativamente a economia eis que os hábitos de consumo são outros, gerando lucro apenas para setores ligados à saúde, como por exemplo a industria farmacêutica.           Nessa perspectiva, o Poder Público nada faz no sentido de minorar esses impactos negativos, criando política públicas de conscientização da sociedade para inclusão de idosos em empregos para a melhor idade, tornando-se, portanto, conivente com a ignorância e omisso em seu papel de promover o bem comum do povo.             Assim sendo, é necessário desconstruir tais entraves na busca por mais oportunidades aos idosos, o que implicará minoração dos impactos do envelhecimento da população. Para isso, sera fundamental campanhas de desmistificação acerca da força produtiva dos idosos, sendo o ato liderado por escolas e igrejas, com distribuição de cartilhas, palestras com especialistas e peças publicitárias. Ademais, será de suma importância, ainda, o envolvimento do Ministério da Educação e Direitos Humanos na confecção de políticas públicas que tenham por escopo conscientizar a população brasileira acerca do valor dos idosos na sociedade, formando assim trincheiro contra a ignorância e a favor da vida. Feito isto, as palavras de François Chateaubriand ficaram apenas na ficção de seus livros.