Enviada em: 18/07/2019

Devido aos avanços na medicina, a expectativa de vida só tende a aumentar ao longo do tempo. Os idosos já representam uma boa parcela da população, e a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) é de crescimento. No entanto, no que diz respeito ao bem-estar, o país não tem acompanhado o crescimento da terceira idade. Isso significa que necessidades socioeconômicas básicas não estão sendo oferecidas dignamente àqueles que já muito fizeram pelo país.    Em primeiro plano, é pertinente ressaltar o "êxito" das sociedades capitalistas hodiernas em gestar indivíduos substancialmente egoístas. Acerca disso, em seu livro "Velhice", Simone De Beauvior alerta para o fato de que as pessoas veem umas as outras como meios para realização individual. Como consequência, nesse ínterim, o idoso passa a ser percebido como obstáculo na concretização de tais conquistas, acarretando em sua exclusão social, cada vez mais naturalizada pela coletividade.      Outrossim, não obstante o desamparo emocional, os mais velhos estão sujeitos à vulnerabilidade quanto as condições materiais de vida. Relativo a isso, é importante pontuar os problemas causados pela insegurança previdenciária no Brasil. Ainda que direito pétreo, sua prerrogativa não significa, necessariamente, garantia de uma vida digna, já que os valores pagos estão bem aquém das despesas provenientes da senilidade.      Dessarte, os fatos acima desvelam a negligência da sociedade acerca do envelhecimento da população brasileira, impelindo soluções a esse respeito. Primeiro, cabe ao Poder Legislativo promover uma reestruturação da previdência social, visando mitigar as desigualdades que atingem os idosos e promover uma maior qualidade de vida aos beneficiários. Para além disso, cabe ao Supremo Tribunal Federal e suas instâncias a fiscalização do cumprimento do estatuto do idoso, salvaguardando direitos os direitos fundamentais nele contidos, dando uma nova perspectiva de vida àqueles que outrora foram provedores da sociedade atual.