Enviada em: 04/08/2019

No filme “O curioso caso de Benjamin Button”, o protagonista vai contra a ordem natural do ciclo biológico: nasce velho e se torna jovem com o passar dos anos. Entretanto, fora das telas, a passagem do tempo segue o seu fluxo regular desde o nascimento até a velhice, junto com uma forte exclusão da sociedade e o grande descaso do governo com a demanda de idosos, que é cada vez maior.  Cabe ressaltar, o caráter excludente da sociedade em geral com a população mais velha. É notório que a falta de empatia e de paciência para lidar com os idosos é frequente na pós-modernidade líquida, em que as dinâmicas sociais são supérfluas e rápidas, como diz Zygmunt Bauman. Diante disso, muitas vezes, as pessoas de mais idade sentem dificuldade em lidar com as novas tecnologias, visto que, a juventude opera em um tempo diferente do deles, o que contribui para uma sensação ainda maior de exclusão nessa dinâmica sociocultural cada vez mais moderna e imediatista.  Apesar de haver um Estatuto do Idoso, que prevê uma série de direitos em relação à saúde, à alimentação, à educação, a aplicação desta lei ainda é falha. Um exemplo disso é a precariedade do sistema único de saúde (SUS), que não garante uma saúde de qualidade e nem especialistas para todos os idosos, pois uma pessoa chega a passar meses na fila de espera para marcar um simples consulta. Se essa situação continuar, o SUS tenderá a um colapso, pois a demanda de necessitados de serviços de saúde está só aumentando.  Dessa forma, medidas são necessárias para resolver tais dilemas. A adoção, por parte do Ministério da Saúde, de campanhas de saúde móvel para os idosos nas cidades levando geriatras e psicólogos para atender tal público, de modo a realizar exames simples e analisar a saúde física e mental dos pacientes, é uma medida a fim de diminuir a demanda do SUS. Além disso, a inclusão digital da terceira idade também é importante e deve ser promovida pelo Ministério da Educação com a realização de cursos de informática para os idosos, nas escolas próximas de suas residências, para que possam se sentir integrados à era digital. Desse modo, então, a passagem do tempo será vivida com maior qualidade.