Enviada em: 18/02/2019

De acordo com o autor Josemar Bosi, para  adotar uma criança são necessários inúmeros documentos, no entanto, para fazê-la, nenhum. Em síntese, a  burocratização do processo de adoção brasileiro, somado a exigência das famílias por crianças que estejam de acordo com os perfis desejados, são impasses relevantes, para que a perspectiva de milhares de crianças vivendo em abrigos não seja amenizada e consequentemente, jovens completem 18 anos sem um lar.        Segundo o Cadastro Nacional da Adoção (CNA), 47 mil pessoas estão aguardando uma família, enquanto que 40 mil pessoas buscam adotar. No entanto, mesmo com o aumento de pessoas que buscam ter filhos adotivos, milhares de crianças ainda vivem em casas de apoio, muitas vezes, devido a exigência de um aglomerado de documentos -muitos de difícil obtenção- para regulamentar o processo. Não obstante, a realização de provas psicológicas, necessárias para a obtenção de um lar seguro, aliado a burocratização desestimulam a população a optar por esse método.      Em suma, o principal impasse está no "molde" de criança almejada pelos pais, que segundo as casas de apoio, na maioria dos casos são procuradas crianças brancas, com menos de 3 anos de idade e sem problemas mentais e/ou físicos. Entretanto, esse perfil não condiz com a realidade das crianças que estão aptas à adoção. Outra escolha pela qual as  famílias optam é por não adotar  irmãos, separando assim a única ligação familiar existente e que auxiliaria no tratamento dos traumas de uma infância sem uma família.      Portanto, o Governo Federal em conjunto com os órgãos de proteção as crianças e adolescentes devem, exigir da família, a capacidade de garantir as necessidades básicas à essa criança, bem como garantir a estruturação psicológica dos pais adotivos por meio de, acompanhamento de profissionais específicos, afim de, desmistificar o processo de adoção brasileiro, instigando famílias a realizarem esse ato. Outrossim é imprescindível uma mudança, através de palestras, na concepção dos futuros pais em adotar uma criança que se adeque aos "moldes tradicionais".