Enviada em: 18/02/2019

O ato de adotar uma criança ou adolescente, que consiste em firmar um vínculo responsável, social e sentimental entre ambas as partes, representa uma nova perspectiva de vida para os adotados. Contudo, no Brasil existem inúmeros impasses para concretização do referido processo, entre os quais destacam-se a padronização excessiva buscada pelos pais e o preconceito social existente em escolas, comunidades e universidades para com os adotados.     Primeiramente, é de fundamental importância ressaltar que, de acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, o número de pessoas interessadas em adotar é 12 vezes maior que o de crianças disponíveis. Dessa forma, observa-se de maneira nítida, uma discrepância considerável entre os número relatados, fruto de uma busca excessiva por um determinado fenótipo desejado pelos pais. A ligação sentimental, que deve ser prioritária na adoção, é transposta pelo preconceito e pela uniformização e aceitação social.     Além disso, considerando de maneira mais acentuada os adolescentes adotados, nota-se uma incidência colossal de agressões psicológicas sofridas pelos mesmos. O preconceito enraizado em escolas e universidades é exposto e causa danos irreparáveis na formação da personalidade do indivíduo, o que afeta diretamente o processo de adoção.     Em síntese, percebe-se que os impasses para a adoção no Brasil derivam, em sua essência, de prejulgamentos sociais. Logo, cabe ao MEC, através de palestras e representações práticas em comunidades e centros de ensino, combater a mentalidade preconceituosa e discriminatória contra aquilo que é considerado diferente, buscando garantir, dessa forma, uma sociedade mais harmoniosa e guiada pelo sentimento, não por aceitação pública. O reflexo nas adoções seria instantâneo, tendo em vista que os mais variados fenótipos encontrariam um lar para chamar de seu.