Enviada em: 22/02/2019

"No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho". Neste trecho, do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade, vê-se que determinado problema se configura como um obstáculo na vida de muitos brasileiros. Nesse contexto, atualmente, a insuficiência de auxílios adotivos em consonância com a escassez de profissionais importantes em processos de adoção são as maiores "pedras" no caminho do processo de adoção no Brasil.             Conforme os dados divulgados pelo Cadastro Nacional de Adoção(CNA), em 2018, das 4.881 crianças cadastradas para adoção no país. Dessas, 3.206(65%) têm irmãos. No entanto, entre os 40.306 brasileiros interessados em adotar, 27.307(67%) não desejam crianças que possuam irmãos, devido aos gastos excedentes com outras crianças não planejadas. Assim, os interessados na adoção desistem de adotar a criança para não separá-la de seu irmão. Logo, a ausência de ajuda do Governo em processos que envolvam irmãos tendem à propiciar que essas crianças permaneçam em abrigos.       Outrossim, destaca-se a carência de profissionais envolvidos nos processos de adoção, como impulsionador do problema. De acordo com os dados do Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA), o tempo médio na adoção de crianças pode ultrapassar até 2 anos. Com a escassez de profissionais que realizam a análise e aprovação das famílias que desejam adotar, alguns processos podem levar tanto tempo que acabam provocando a desistência  dos indivíduos envolvidos no processo adotivo. Desse maneira, as crianças acabam permanecendo em abrigos e correm o risco de nunca chegarem à serem adotadas por conta das buscas por crianças com idades elevadas serem quase nulas.       Infere-se, portanto, que os problemas se mostram uma grande pedra a ser removida do caminho para o desenvolvimento. Para que isso ocorra, é necessária a cooperação entre o Governo Federal e o Cadastro Nacional de Adoção, por meio da criação de auxílios financeiros para adoção de irmãos, a fim de que sejam incentivadas às adoções de crianças com irmãos, objetivando que essas crianças tenham seu bem-estar garantido pelo auxílio e possam encontrar um novo lar. Ademais, é fundamental que o Governo Federal em parceria com o Governo Estadual dos Estados com o índice de tempo de adoção elevado, por intermédio de concursos públicos, promovam à contratação de psicólogos, assistentes sociais e pedagogos com o intuito de agilizar e verificar os processos de adoção, evitando à desistência em casos de adoção e a permanência de crianças em abrigos.