Apesar de medidas, sobretudo a partir de 2009, terem sido tomadas para a eliminação de entraves nos processos adotivos no Brasil, esses desafios ainda são uma realidade. Dentre fatores de abordagem,destacam-se: as diferenças entre o perfil desejado pelos pais e a realidade, bem como a ausência de mecanismos para facilitar e agilizar esses casos. Sob essa óptica, observa-se que existe um sério problema á saída de crianças e adolescentes de lares adotivos, os critérios preestabelecidos pelas famílias, que são cada vez maiores, principalmente no que diz respeito a cor, gênero e faixa etária. A esse repeito é possível verificar na série norte-americana "Anne with an E" tal pensamento, visto que os irmãos solitários, Marilia e Matthew Cuthbert, optam por adotar um menino em virtude de que este poderá ajudá-los com os afazeres da fazenda em que vivem, porém, por engano, recebem Anne, uma menina, que tenta superar seus traumas vividos dentro dos lares adotivos por que passou e ter uma família onde possa ser realmente aceita como é. Vale ressaltar que a excessiva burocracia e a morosidade na análise de casos colaboram para o crescimento do número de crianças e adolescentes em abrigos.Segundo o Conselho Nacional de Justiça existem mais de 5 mil jovens na lista de adoção em todo o país. Contudo, tem-se os avanços possibilitados pela Lei 12.010, de 2010, na qual irmão não podem ser adotados separadamente e a criação do Cadastro Nacional. Faz-se necessário, portanto, a atuação mais comprometida e eficaz do Governo Brasileiro, em parceria com o Senado, no cumprimento da lei com maior transparência,celeridade e segurança. Além da atuação das mídias, por meio de propagandas de incentivo a adoção, sem levar em consideração perfis ideais, bem como engajamento dos pretendentes a adotar no conhecimento dos futuros filhos, a fim de criar estabelecer laço de aproximação desde o início. Outra medida possível é o acompanhamento psicológico para esses jovens, no intuito de direcioná-los e lhes oferecer bem-estar.