Enviada em: 25/04/2019

A questão dos impasses no processo de adoção no Brasil suscita debates sociais, visto que mesmo de uma forma lenta a concepção de um perfil "perfeito" das crianças para os pais vem sendo deixada de lado, de modo que se preze pela ideia de que o filho não é escolhido, filho apenas chega.  Uma das justificativas que corroboram essa ideia é que depois da redemocratização do país, preconceitos foram deixados de lado, como o pensamento homogêneo de ocorrer a adoção somente de crianças brancas, menores de 4 anos e sem problemas de saúde.Tal fator é comprovado ainda mais quando levantamentos da CNA demonstram que em 2010, 31% dos casais inscritos diziam indiferentes à cor da pele, mas em 2017, a porcentagem subiu para 38. Logo percebe-se uma mudança benéfica do pensamento geral de aptos a adotar.  Além disso, é perceptível que basta pequenas quebras na intolerância para colocar um fim nessa grande antítese social que é os pais quererem crianças menores de 5 anos, porém a maioria delas terem idades acima desse perfil. Essa ascensão social se confirma ao visualizar que, ainda segundo a CNA, em 2015, 20% dos pretendentes a adoção exigiam crianças menores de 1 ano, já em 2017 essa porcentagem reduziu para 4%. Dessa forma, percebe-se subliminarmente, uma grande aplicação das ideias de Heráclito, no qual baseia-se em que "não se pode banhar duas vezes no mesmo rio", ou seja, as mudanças estão acontecendo , mesmo que de forma lenta.  Portanto, fica nítido a necessidade de ONGs que trabalham nesse ramo, como apoio de instituições governamentais, divulgar em redes sociais e áreas midiáticas a conscientização, ainda maior, da importância de romper essas intolerâncias, a fim de que o número de indivíduos adotados cresçam não importando as suas características físicas. Dessa maneira, a sociedade poderá, enfim, estampar o ideal de progresso.