Enviada em: 26/04/2019

Adotar uma criança ou adolescente não é só fornecer alimentos e moradia, mas sim, criar um vínculo afetivo que durará a vida toda. No Brasil, há doze vezes mais pessoas na fila de adoção que crianças para serem adotadas, segundo notícia do Jornal Braziliense. Isso se dá pelo fato de haver impasses no processo de adoção, como a busca por apenas um filho, que esteja nos primeiros anos de vida e seja branco. Assim, para resolver o problema da adoção no Brasil, é preciso mudar a mentalidade do povo brasileiro, que tem preconceito com certa parte das crianças que estão para adoção.       O primeiro problema no processo de adoção de crianças e adolescentes é quanto ao número de irmãos. Segundo o Cadastro Nacional de Adoção, mais de 65% das crianças cadastradas para a adoção têm irmãos; mas, menos de 35% das pessoas interessadas em adotar querem mais de um jovem. Isso pode se dar pelo alto custo de vida ou porque se responsabilizar por um ser humano com opiniões, pensamentos e obrigações não é fácil, principalmente quando suas vivências anteriores ao abrigo são desconhecidas.       O impasse não é em relação apenas ao número de irmãos, mas também quanto à idade e à descendência. Segundo o procurador de Justiça de Infância e Juventude, Sávio Bittencourt, 50% aceita adotar crianças negras, o que é um reflexo do racismo, extremamente presente na população brasileira. Além disso, apenas 6,3% estão dispostos a adotar filhos com mais de 8 anos de idade, pois querem participar do crescimento e desenvolvimento do infanto, fase que vai interferir no resto da vida, uma vez que o ser tem suas primeiras vivências e sua personalidade desenvolvida.            Para que os problemas supracitados sejam resolvidos, cabe ao Ministério da Família a promoção de campanhas e propagandas de incentivo à adoção sem o incitamento ao racismo e outras formas de discriminação contra as crianças a serem adotadas. Além disso, o governo deve criar um programa de auxílio financeiro a pessoas que se disponibilizarem a adotar irmãos e que não tenham condições financeiras para cuidar deles, dando uma melhor condição de vida a essa família. Esses projetos, quando realizados, promoverão um aumento no número de crianças e adolescentes, que antes eram excluídos, a serem adotados, acabando, consequentemente, com os principais impasses no processo de adoção no Brasil.