Enviada em: 03/05/2019

Durante o século XX, o processo adotivo no Brasil era muito complicado, visto que o preconceito era enorme e crianças negras ou que possuíam irmãos, basicamente, não saiam das filas. Com a virada do século, percebeu-se que aos poucos a sociedade vem mudando em relação ao pensamento adotivo, porém o número de adotantes ainda é maior que o de crianças disponíveis e mesmo asim o processo não ocorre, revelando problemas no que se tange o assunto. Nesse contexto, não há duvidas que o processo de adoção é um problema no Brasil, o qual ocorre, lamentavelmente, não só pela lentidão do processo, mas também pela discrepância entre os perfis de adoção.   Em primeiro lugar, o processo adotivo é muito burocrático e composto de diversas fases, sendo muitas dessas necessárias as aprovações dos poucos juízes que participam do assunto. A união desses pontos fazem com que o processo seja moroso e com isso as crianças permaneçam muito tempo nos orfanato. Nesse momento , mais um empecilho aparece, a idade, visto que com a demora para poder adotar, as crianças vão ficando mais velhas e , consequentemente, menos pessoas querem adota-las. Dados revelados pelo Conselho Nacional de Justiça mostram que 61,1% dos órfãos tem de 7 a 17 anos e em contrapartida 91% dos adotantes só aceitam crianças de ate 6 anos. Apoiado nesses dedados, faz-se necessária a mudança no meio jurídico para reduzir essa morosidade.   Outrossim, a discrepância entre os perfis de adoção apresenta-se como impulsionadora do problema. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, uma das características da modernidade líquida é a quebra e reconstrução das ideias , logo não existem ideias sólidas. Entretanto, compreende-se que esse conceito do sociólogo , não chegou em todos os âmbitos no Brasil, pois muitos requisitos preconceituosos que existiam no século passado ainda perduram, como o da preferência por crianças brancas e sem deficiência. Para piorar a questão, a realidade dos orfanatos não é essa, onde a maioria das crianças são negras. Com base nisso, é explicita a conveniência de acabar com esses requisitos dos adotantes e deixar que o amor e a conexão, entre adotante e adotado, fale mais alto.   É evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Destarte, o Poder Legislativo deve criar leis, que façam com que pessoas que querem adotar crianças mais velhas ou deficientes passem na frente na fila de adoção, desse modo reduziria o número de jovens nas casas de adoção e adiantaria o processo. Ademais, o Estatuto da Criança e do Adolescente poderia solicitar, que nas novelas fossem apresentados órfãos , mostrando todo angustia passada por ele no orfanato e a mudança na sua avida após ser adotado, isso faria com que aos poucos os preconceitos fossem deixados de lado. A união desses pontos fariam com que essa questão que perdura no Brasil,acabe.