Enviada em: 25/07/2019

Ao analisar a historicidade, praticamente todos os povos - hindus, egípcios, gregos, romanos - praticavam o instituto da adoção, acolhendo crianças como filhos naturais no seio das famílias. Nesse sentido, observa-se que adotar é um processo intrínseco às várias organizações sociais. No entanto, na contemporaneidade, os impasses para adotar crianças e adolescentes, no Brasil, continuam sendo inúmeros. Tal fator ainda decorre, devido a lentidão nos processos de adoção no país, bem como as preferências específicas dos adotantes no momento da adoção.    Convém salientar, a princípio, que uma das principais problemáticas para quem quer adotar uma criança ou um adolescente continua sendo a burocracia. Isso pode ser comprovado quando se menciona o dados do  Cadastro Nacional de Adoção (CNA), de que aproximadamente 29 mil cidadãos estão na fila para adoção, ao passo que, apesar de existir cerca de 80 mil crianças e adolescentes vivendo em abrigos, somente 6 mil jovens estão devidamente cadastrados e prontos para serem adotados. Nesse contexto, nota-se que a lentidão desses processos, somado a ausência de estruturas nas varas de acolhimento para atender as famílias interessadas, impede  que os pequenos venham a encontrar um novo lar.     Por outro lado, as mentalidades acerca da escolha do adotado ainda geram muitos entraves, visto que a maioria dos pretendentes tem preferências restritas nesse importante processo. Em informações da CNA, por exemplo,  92,7% dos pretendentes desejam crianças entre zero e cinco anos, bem como, só 18% dos adotantes aceitam adotar os irmãos que, em muitas ocasiões, também se encontram no abrigo. Além disso, vale ressaltar, que 21% dos jovens com viés de adoção possuem algum tipo de doença ou deficiência, porém poucos são escolhidos devido a essa condição, de acordo com a vara infanto-juvenil. Nesse viés, é notório o aconselhamento desses cidadãos, pois ao ficarem presos em uma bolha, reduz a concretização do sonho tanto deles quanto dos adotados de ter uma família.    Portanto, percebe-se que medidas são fundamentais para amenizar o quadro de adoção no país. Para tanto, é imperativo que o Governo Federal invista por meio de verbas no CNA, a fim de que haja a ampliação no cadastramento e aumente,dessa maneira, o número de pequenos a serem disponíveis a adoção. Ao mesmo tempo, o Ministério da Mulher, Família e Direitos humanos, cobre celeridade dos tribunais e das varas da infância, com o fito dos processos sejam mais rápidos. Ademais, é cabível ainda que o Governo federal realize discussões, mediante a implantação de campanhas a serem veiculadas na mídia, com o objetivo de incentivar a adoção de jovens que possuem mais de cinco anos ou que têm alguma deficiência. Assim, esse ato de carinho continuará fazendo parte da nossa história.