Enviada em: 22/08/2019

Conforme propõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), todos têm direito à convivência familiar, o que pressupõe a adoção como alternativa de proteção aos jovens do sistema. No entanto, os impasses, a exemplo das exigências dos adotantes e a morosidade governamental, dificultam a consolidação desse processo.    A priori, sabe-se que há uma certa idealização do perfil de jovem desejado, o que acaba inviabilizando a adoção. Isso se dá porque adolescentes, negros e crianças com irmãos quase nunca são acolhidos, uma vez que a preferência é por bebês brancos. Consequência direta dessa predileção são anos de espera por uma criança que se encaixe no perfil que exigem. Prova clara disso é que há seis pessoas na fila para cada um jovem. Assim, é de grande importância um aconselhamento psicológico para superar as exigências e facilitar a adoção.    A posteriori, no seriado "The Fosters", é retratado um casal homoafetivo que, ao adotar crianças, concede-lhes melhores condições de vida. De forma análoga a essa realidade ficcional, o vínculo definitivo de filiação garantiria o bem-estar dos juvenis. Entretanto, o governo, embora pressuponha a adoção, é ineficiente em consolidá-la, visto que há uma enorme morosidade no processo. Por isso, tem razão Gilberto Dimenstein ao afirmar que a Constituição Federal prevê diversos direitos, mas nem todos são garantidos, basta ver a dificuldade que é para adotar.    Portanto, a fim de solucionar os impasses no processo de adoção, faz-se necessário que o governo, por meio do Sistema Nacional de Adoção e do Acolhimento (SNA), disponibilize acompanhamento com psicólogos para os adotantes, com o objetivo de ultrapassar os requisitos impostos por eles. Ademais, o poder judiciário, por intermédio do Conselho Tutelar, deve oferecer mecanismos, com o intuito de diminuir a demora e facilitar a adoção. Assim, poderia haver o pleno cumprimento do ECA.