Enviada em: 23/08/2019

Sabe-se que, desde a constituição federal de 1988, a adoção no Brasil é vista como uma medida protetiva à criança e ao adolescente. Isso quer dizer que, muito além dos interesses dos adultos envolvidos, a adoção é um processo que prioriza o bem-estar das crianças e dos adolescentes que estão em situação de adoção, esse processo é uma oportunidade deles estarem inseridos em uma família que lhe ofereça conforto, afetividade, acolhimento, amor e diversão. No entanto, a adoção no Brasil é composta por diversos impasses os quais dificultam esse processo, como um perfil específico imposto pelos adotantes, formando grandes filas de espera e a burocracia envolvida.   A princípio, acredita-se que o principal fator pelo qual faz a adoção no Brasil passar por dificuldades, seja devido ao perfil de criança exigido pelos adotantes no ato dos preenchimentos da documentação necessária. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem cerca de 5.500 crianças para a adoção e 30 mil famílias na lista de espera do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), sendo que um terço dessas famílias só aceitam crianças brancas, além de outra parcela que só aceita crianças menores de 4 anos sem irmãos. No entanto, a realidade nos lares adotivos são completamente opostas, na qual a maioria das crianças são maiores de 4 anos e negras, isso explica o fato de que há tanta família disposta a adotar mas ao mesmo tempo o número de crianças só aumentam.   Além disso, outro fator que dificulta a adoção no país é a morosidade do processo, a justiça do país é muito lenta em relação ao ato de adotar, que faz com que apenas as crianças mais visadas pela sociedade sejam adotadas rapidamente, e quanto as crianças maiores de 4 anos, com irmãos ou negras são prejudicadas devido ao enorme processo burocrático envolvido. Com a lentidão do procedimento, o tempo vai passando e crianças vão atingindo a maioridade, perdendo a esperança e tentam fugir dos abrigos, famílias desistem no decorrer do processo, entre outros casos.    Portanto, de acordo com os fatos mencionados, é perceptível a necessidade de mudanças para que o processo de adoção no país seja mais rápido e eficiente. A princípio, é essencial que se desconstrua o esteriótipo e preconceito imposto pela sociedade de que crianças maiores possuem certo peso emocional, para isso, seria válido que no caso da adoção de crianças maiores, a família possua acompanhamento psicológico gratuito oferecido pelo Governo, a fim de acompanhar a criança e encorajar os pais quanto possíveis dificuldades de interação familiar. Além disso, é necessário que a justiça do país seja mais eficaz nos processos de adoção, respeitando os procedimentos éticos e legais, oferecendo seus serviços com maior agilidade e competência, para que assim, a adoção no país seja mais rápida e possa dar oportunidades a muitas crianças.