Enviada em: 23/08/2019

O Estatuto da Criança e do Adolescente considera a adoção uma medida protetiva que tem por finalidade proporcionar a criança e ao adolescente uma convivência familiar.No entanto,apesar dos avanços nos procedimentos de adoção,ainda há empecilhos para a efetivação,uma vez que o número de crianças e adolescentes á espera de uma família aumenta cada vez mais.Nesse contexto,deve-se analisar como o sistema burocrático e o perfil traçado pelas famílias impulsionam tal problemática.   Em uma primeira análise,vale ressaltar que o impasse para à adoção está intrinsecamente ligado à burocracia do sistema.Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça,existem hoje no Brasil cerca de 30 mil pretendentes à adoção e 4,7 mil crianças e adolescentes aptos a serem adotados.Isso ocorre,sobretudo,devido aos poucos profissionais,como agentes sociais e psicólogos,atuando na área dos processos adotivos,o que faz com que esses servidores não consigam suprir a demanda.Além disso,o sistema cria empecilhos para à adoção,principalmente,de casais homoafetivos,visto que há um preconceito da sociedade em relação ao desenvolvimento desses indivíduos em um meio familiar de pessoas do mesmo sexo.Por conseguinte,o número de crianças e adolescentes à espera de uma família aumenta gradativamente.    Outrossim,a exigência quanto ao perfil da criança é outro obstáculo para os processos de adotivos.De acordo com o Correio Braziliense,quase 66% dos brasileiros dispostos a adotar não querem acolher irmãos.Sob esse viés,as famílias estipulam padrões de crianças a serem adotados,na qual uma parcela desses indivíduos são excluídos por não se encaixarem nos perfis desejados.Tal fato evidência o porque de crianças e adolescentes negros serem a minoria nos processos de adoção,visto que o preconceito histórico-social foi enraízado na sociedade corroborando para a discriminação desse grupo.Dessa forma,esses indivíduos crescem desamparados e sem muita perspectiva de futuro,uma vez que ao chegarem na maioridade são obrigados a deixarem os abrigos   Infere-se,portanto,que é imprescindível medidas para minimizar os impasses nos processos de adoção.Logo,cabe ao Governo Central,em parceria com o Poder Judiciário,maximizar o número de agentes sociais e psicólogos que atuam na área,em especial nas principais regiões onde se concentram os maiores índices de órfãos.Isso deve ser feito por meio de verbas governamentais e cursos de capacitação profissional a esses servidores,a fim de agilizar os procedimentos adotivos e, posteriormente,diminuir as filas de espera.Assim,espera-se que esses indivíduos encontrem uma família e tenham pleno desenvolvimento.