Enviada em: 11/10/2018

A partir da criação da imprensa tipográfica inventada pelo alemão Gutemberg, no século XV, e com a consolidação do avanço tecnológico, ouve a concretização da transferência do conhecimento e da  informação pelos meios de comunicação. Entretanto, no presente, a limitação da inclusão digital no Brasil converge para um ambiente que exclui a possibilidade de universalização do conhecimento no tecido social. Assim, explorar as vertentes que englobam esse embate torna-se imprescindível.         Em uma primeira análise, é válido ressaltar que a ampliação na acessibilidade digital repercute diretamente na qualidade de vida dos indivíduos. Isso porque, em consonância com o filósofo Schopenhauer, os limites do campo de visão de uma pessoa determina seu entendimento a respeito do mundo. Sob esse prisma, é factível que a democratização da tecnologia contribui, indubitavelmente, para uma maior flexibilidade do sujeito em entender o contexto em que está inserido, tendo em vista que, a internet, por exemplo, amplia a conectividade de diferentes culturas e oportuniza o acesso a ciência, bem como facilita as relações interpessoais. Assim, indiscutivelmente, percebe-se o quanto a introdução do indivíduo no tecido digital potencializa a compreensão e reflexão do mundo.       Deve-se pontuar, entretanto, que a limitação da inclusão digital na população reforça uma realidade desigual no Brasil. Nesse contexto, parafraseando o filósofo Aristóteles, as políticas públicas devem ser usadas de modo que, por meio dos direitos invioláveis, como a igualdade, o equilíbrio seja alcançado. De maneira análoga, a heterogeneidade brasileira de regiões com alto índice de oportunidade digital, contrastando com a deplorável situação de cidades que não possuem sequer energia elétrica, rompe com esse equilíbrio, uma vez que a democratização tecnológica de forma coesa é dificultada, sobretudo, pela falta de políticas sociais que solidificam a base da sociedade, como a educação e a saúde. Essa realidade é ratificada pelo levantamento realizado pelo IBGE, em que mais de 50% dos indivíduos não tem acesso ao ambiente digital.      É imperativo, portanto , mecanismos energéticos no embate a essa realidade. Primeiramente, cabe ao Governo, por meio do Poder Executivo, priorizar o andamento de políticas sociais mais efetivas que diminuam a disparidade entre as regiões, através da concretização do acesso aos direitos invioláveis, como a educação e saúde. A posteriori, passa a ser função das Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, em paralelo com a ProInfo, proporcionar projetos de revitalização das informáticas escolares e centros digitais gratuitos nos espaços públicos, além de investir na contratação de docentes capacitados para instruir a resiliência necessária na utilização das redes. Enfim, poder-se-á universalizar a importância de Gutemberg e concretizar o equilíbrio proposto por Aristóteles.