Enviada em: 07/10/2018

Conforme elucida o inventor e empresário Steve Jobs, "a tecnologia move o mundo". A partir dessa abordagem, fica evidente a importância que os equipamentos digitais assumem, no sentido de propiciarem informação e comunicação de qualidade, em um curto intervalo de tempo e espaço. Contudo, sabe-se que a inclusão digital ainda é uma conquista não alcançada no Brasil, sobretudo pela falta de condições financeiras entre a classe desfavorecida, além da negligência estatal quanto a investimentos no setor tecnológico.          Primordialmente, é indubitável que a desigualdade econômica no país representa um paradigma para homogeneizar o acesso à rede digital. Nesse âmbito, Graciliano Ramos, em sua obra "Vidas Secas", apresenta a dura realidade do sertanejo que vive apenas com recursos básicos para  sobrevi-vência, tais como alimentação e moradia, sem "renda extra" para luxos. Diante desse fato, moradores das Regiões Nordeste e Amazônica compartilham da mesma realidade, onde priorizam suas necessidades e acabam por não ter recursos suficientes para obter os caros serviços tecnológicos disponibilizados, como celulares e computadores. Um levantamento divulgado pelo IBGE corrobora o paradigma exposto, posto que o Nordeste e Norte brasileiros possuíam o menor índice de acesso à internet por domicílio ( 56 e 62%, respectivamente).          Além do mais, sabe-se que, no Brasil, a arrecadação financeira com impostos é numerosa, todavia, esses recursos são investidos com irresponsabilidade pela gestão governamental do Estado. Segundo a pesquisadora Neide de Aquino Noffs, o laboratório de informática nas escolas existe, mas possui baixa utilidade, se tornando algo fútil e sem importância. Destarte, percebe-se que o Estado não cumpre sua função de mantenedor da ordem pública, defendida no século XVII pelo filósofo contratualista Thomas Hobbes. Logo, a falta de recursos técnicos bloqueia o contato das crianças com a tecnologia e benefícios trazidos pela inovação,  sendo necessário romper a desigualdade imposta.           Portanto, fica claro que o cenário de exclusão digital deve ser desfeito, a fim de homogeneizar os  benefícios proporcionados pela inovação. Em primeiro plano, cabe ao Governo Federal, em parceria  com empresas privadas no ramo da comunicação, viabilizar um projeto de inclusão digital no Norte e  Nordeste brasileiros, utilizando recursos dessas empresas, (que em troca herdariam isenções fiscais da Receita Federal) para montar "lan hauses" públicas e baratear a internet nesses locais. Atrelado a isso, o Ministério da Educação deve disponibilizar uma parte da verba adquirida por meio dessas empresas, ao projeto de revitalização das informáticas escolares, além de investir na contratação de docentes  capacitados para instruir o jovem na melhor utilização das redes,para garantir a inclusão digital no país.