Enviada em: 01/11/2018

"Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra". Através desse trecho do poeta Carlos Drummond de Andrade, relevante escritor da literatura modernista do século XX, depreende-se que a sociedade ao longo de seu desenvolvimento encontra obstáculos. Sob esse aspecto, é necessário avaliar as causas, logo, empecilhos para que a inclusão digital no brasil ainda seja uma problemática social.       Em uma primeira análise, é ingênuo acreditar que a tecnologia, no Brasil, é para todos. Segundo dados do IBGE, cerca de somente 49% da população tem acesso à tecnologias de informação hodiernamente. Isso significa que 51% dos mais de 200 milhões de brasileiros não estão incluídos no mundo digital, refletindo a acentuada desigualdade na distribuição de renda no nosso país. É tácito que quanto maior o poder econômico de uma sociedade, maior o seu acesso à internet, celulares, computadores e afins. Todavia, infelizmente, o que se observa é um corpo social com déficit ainda em questões básicas de dignidade e sobrevivência - como esgoto e saneamento básico - logo, em que a tecnologia é uma realidade pouco palpável.        Em uma segunda análise, é explícito o escasso investimento governamental na difusão desse acesso principalmente à idosos, deficientes físicos e indivíduos de baixa renda. A gestão pouco eficiente dos recursos, além dos casos de desvio de verba pública a qual poderia ser voltada para a tecnologia, fazem com que essas minorias sociais se encontrem cada vez mais excluídas e à margem dos avanços, compondo majoritariamente os 51% dos quais não possuem meios de acesso à conectividade.       Infere-se, portanto, que o desafio da inclusão digital - consequentemente social - no Brasil se mostra como uma grande pedra a ser removida do caminho para o desenvolvimento. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação promover a difusão do acesso tecnológico nas Escolas, mediante a criação da disciplina de informática de presença obrigatória na grade escolar, contando com infraestrutura adequada de computadores, "tablets" e celulares suficientes a fim de que todos os setores da sociedade (crianças, pobres e deficientes, por exemplo) sejam instruídos e capacitados para o uso destes. Além disso, convém a criação de provas, formuladas pelo governo, com a função de avaliar conhecimentos gerais e distribuir brindes tecnológicos para os que melhor se classificarem. Dessa forma, será possível amenizar a problemática social e promover a inclusão, direito de todos.