É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao acesso a internet, nota-se que no Brasil há uma clara disparidade entre a expansão do acesso a rede nos últimos 13 anos e a inclusão digital, uma vez que segunda a Fundação Getúlio Vargas (FGV) o acesso a essa tecnologia ficou em 51,3% dos brasileiros. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos sociopolíticos e econômicos. Assim, faz-se importante ressaltar, em primeiro plano, que a disparidade de acesso digital é, certamente, uma projeção da desigualdade social no Brasil. Desse modo, de acordo com o IBGE 54,8 milhões pessoas encontram-se abaixo da linha da pobreza e, diante desse exposto, há a corroboração de um contexto que propicia a não democratização do acesso ao mundo digital. Perante o exposto, é natural que essa parcela paupérrima da população tupiniquim esteja desprovida da inserção digital, já que carecem até mesmo de direitos básicos inerente a sua humanidade. Faz-se mister, salientar, em segundo plano, as implicações econômicas que impulsionam esse quadro díspar. Assim, a elevada desigualdade de renda no Brasil se estabelece como um considerável entrave na meta de inclusão digital, isso se projeta no fato que metade da população não possuem internet em seu lar, segundo pesquisas do TIC Domicílios. Logo, observa-se a permanência de uma exclusão grave do direito a tecnologia. Infere-se, portanto, que essa problemática se relaciona com questões profundas de natureza sociopolíticas e econômicas. Desse modo, é imperiosa uma ação do Ministério das Comunicações, que deve, por meio de programas que implementem a difusão de conexões de internet para espaços e equipamentos públicos como : bibliotecas, órgãos governamentais, escolas, postos de saúde e postos de fronteira, a fim de que haja o perfeito alinhamento entre a meta ideal para a inclusão das conexões virtuais e a realidade de muitos brasileiros.