Enviada em: 02/09/2017

A revolução tecno-científica inaugurou um novo paradigma social a nível mundial. Marco importante desse processo, a criação do primeiro computador por Alan Turing deu início a uma nova era, marcada pela informatização. Diante desse novo sistema, o Brasil apresenta-se como uma nação que cresce em nível tecnológico, tornando-se elemento importante do processo de globalização. Contudo, o acesso aos recursos informacionais e comunicacionais no país ainda é limitado, o que exclui muitos cidadãos da vida digital.        Com efeito, a exclusão digital no Brasil é consequência de um dos problemas mais característicos da ordem socioeconômica do país: a desigualdade social. Logo, as disparidades de poder aquisitivo refletem na dicotomia do acesso às tecnologias de informação e de comunicação. Segundo Bourdieu, espaço social configura-se como a rede simbólica multidimensional por meio da qual interagem os atores sociais. Com os avanços tecnológicos, esse espaço alterou-se profundamente. Embora tenha trazido progresso ao país, tal sistema acentuou a exclusão social dos menos favorecidos economicamente, reduzindo sua participação enquanto atores sociais.       Por outro lado, estatisticamente, o envolvimento do brasileiro na esfera virtual, incluindo aqueles pertencentes a classes sociais mais baixas, vem crescendo significativamente. Prova disso é o fenômeno da ascensão da classe C, cuja relação com o aumento do poder de consumo e com a inclusão digital é evidente. Entretanto, nota-se que, ainda que cresça o número de cidadãos conectados, nem sempre o acesso aos meios digitais garante aproveitamento adequado e inclusivo dos recursos, haja vista grande parte dos usuários limitar-se apenas ao uso de redes sociais, ignorando ferramentas como cursos a distância e acervos de bibliotecas "online".  Por isso, ampliar e aprimorar o acesso do brasileiro à tecnologia é uma meta do Brasil atual, de modo que, no futuro, o meio virtual seja não só menos excludente como também mais democrático.       Portanto, medidas devem ser tomadas para reverter o presente quadro. Em primeiro lugar, cabe ao Ministério da Educação investir na criação e na ampliação de laboratórios de informática em escolas de bairros carentes, incentivando o acesso dos alunos à tecnologia. Ademais, é dever dos núcleos escolares instituir instituir aulas de informática que conciliem o conhecimento técnico a projetos que estimulem os estudantes a utilizarem o meio virtual para seu crescimento acadêmico. Por fim, é preciso que as prefeituras promovam a instalação de roteadores "wi-fi" em pontos específicos das cidades, como as praças, com o fito de tornar o acesso à internet e à tecnologia o mais democrático possível.