Enviada em: 09/09/2017

Newton estava errado Desde o surgimento da escrita, passando pela imprensa de Gutemberg e pelas ondas do rádio moderno, a era digital é sem dúvidas o clímax da disseminação de informação no mundo contemporâneo. No entanto ao que parece, muitos não tem o privilégio de possuírem acesso à internet. Seja por empecilhos infraestruturais ou até mesmo de cunho cultural-temporal, indivíduos são excluídos dessa realidade, o que adia a esperança de inserção de todos de maneira justa.       É indubitável que dentre as causas do problema, esteja obstáculos quanto a insuficiente estrutura do país. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) cerca de 11,6 milhões de domicílios brasileiros, ou 17% do total, poderiam já usufruir do acesso a internet caso houvesse oferta de serviço. Tal evidência infere, em tese, que o âmago da situação é justamente a escassez de investimentos para contornar a situação. Já dizia Millôr Fernandes, metaforicamente, que o Brasil é um país do futuro, sempre. Isto é, cidadãos ansiosamente à espera de alguma mudança que, infelizmente, tarda a se concretizar e apaga-se nas promessas incumpridas.        Outrossim, há a complicada situação de desacompanhamento de alguns indivíduos frente a essa época tecnológica. A relação de gerações passadas, que até então não tiveram contato com o mundo digital, enfrenta dificuldades no que tange a adaptação dessa nova era. Comandos automáticos, celulares e computadores modernos e afins podem se tornam um entrave para o sucesso em sociedade, uma vez que a mesma está sendo regida por essa dinâmica. Dessa maneira, o resultado é bem nítido: o sentimento anacrônico, de não pertencimento no tempo, faz com que muitos fiquem restritos de exercer funções na sociedade, seja na aquisição de algum emprego ou até mesmo oportunidades de estudo.             Convém, portanto, que o Estado ofereça serviços por meio da banda larga e investimentos a fim de proporcionar um acesso a internet democrático a todos. Fazendo com que assim serviços cheguem a longínquas regiões e permitam que o contato com a informação torne-se mais inclusivo. Cabe também ao Ministério da Educação em parceria com empresas oferecer oportunidades, como cursos profissionalizantes para nortear àqueles que são prejudicados diante esse fato. Já a escola pode por meio de práticas familiarizar os pequenos desde já sobre o impacto dessas ferramentas tecnológicas na vida social. Dessa maneira, Newton estava errado ao afirmar que uma ação possui uma reação de mesmo sentido e intensidade, porém de direções contrárias. Pois, é preciso que o Estado e sociedade caminhem juntos em direções comuns que visem o progresso mútuo e, finalmente, ocorra a inclusão. efetiva.