Enviada em: 30/10/2017

A Organização das Nações Unidas (ONU), ainda em 2011, declarou o acesso à internet como um direito humano. Essa decisão histórica, além de ter evidenciado a grande participação das redes virtuais na vida humana, levantou debates acerca da democratização desses meios no Brasil. Fatores de ordem educacional, bem como econômica, caracterizam o dilema da inclusão digital entre os brasileiros.    É importante pontuar, de início, a negligência acadêmica quanto à relevância da internet atualmente. À guisa do pensamento kantiano, a educação é responsável pela formação do ser humano enquanto indivíduo. As escolas brasileiras, entretanto, falham nesse processo ao adotar políticas proibitivas das tecnologias nas salas de aula. Nesse sentido, o meio escolar, quando anula a participação dos aparelhos eletrônicos na construção do conhecimento, fomenta o fenômeno da exclusão digital, já que deixa de orientar os estudantes sobre o destaque dessas redes no mundo contemporâneo.    Outrossim, tem-se a influência de aspectos econômicos na limitada inclusão virtual. Conforme Marx, a capitalização dos produtos acarreta na desigualdade de acesso entre os indivíduos. Essa realidade é ratificada no Brasil hodierno, em que o uso das tecnologias de comunicação torna-se restrito devido às limitações financeiras. Nesse contexto, pesquisas de 2010 da FGV mostram que em bairros nobres da capital paulista o acesso aos meios digitais é similar ao da Holanda, enquanto no interior do Maranhão apenas 3,7% da população conta com essas tecnologias.