Enviada em: 29/03/2019

A intolerância acompanha a história da humanidade incessantemente. O exemplo mais longínquo reporta a Antiguidade Clássica, época em que romanos subjugavam estrangeiros chamando-os de Bárbaros, impondo sobre eles sua cultura e dominação, no entanto o mais brutal episódio, não só de intolerância como também disseminação de discurso de ódio, foi o Holocausto nazista durante a segunda guerra mundial, período de propaganda antissemita massiva que segregou, excluiu e matou minorias com enfoque nos judeus. Os antecedentes históricos da humanidade evidência uma conduta persistente de aversão e repulsa as minorias que pode ser explicada pela cultura do medo.  Primordialmente, esse comportamento pode ser constatado pelo fato do reconhecimento da diferença como uma ameaça para si, estabelece-se assim, um padrão de comportamento no qual a ameaça provoca medo que por sua vez se converte em ódio e em casos mais extremos este leva a violência. Dessa forma, o indivíduo tenta legitimar a violência ou a negação de direitos àqueles que não compartilham os mesmos valores na sociedade, validando a cultura do medo.  No Brasil, um país conhecido por sua amabilidade e miscigenação, encontra-se em um paradoxo, pois as estatísticas corroboram a aversão do brasileiro contra minorias. O Relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2017, indica que 445 LGBTQ+ foram assassinados, a cada 100 pessoas assassinadas no país 70 são negras segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e os motivos variam entre racismo e intolerância religiosa, logo é errôneo agregar tais características ao corpo social do Brasil.  Mediante o elencado, é mister que o Estado tome providências para superar o esse desafio a fim de melhorar o quadro atual. Para isso, urge que o Legislativo reforce leis já existentes protetivas a minorias e regulamente crimes de preconceito e intolerância contra grupos específicos por meio de projetos na câmara. Outro caminho seria o acesso a informação e educação com o objetivo de alertar adolescentes e jovens sobre o problema. Dessa forma, buscar a não replicar comportamentos que acompanham a humanidade e sua história.