Enviada em: 26/05/2019

É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. A ideia abordada pelo brilhante cientista Albert Einstein evidencia a dificuldade da sociedade em romper com certos paradigmas sociais, historicamente enraizados. Dessa forma, a intolerância e os discursos de ódio contra minorias tornam-se uma realidade constante no Brasil, intensificada devido à lenta mudança de mentalidade social e à insuficiência de políticas públicas de combate a esses discursos.        Convém ressaltar, a principio, a importância de enxergar os vários tipos de preconceito como fatos sociais - exteriores ao indivíduo e interiores à construção do cerne social -, assim como afirma Émile Durkheim. Nesse sentindo, observa-se que a base da sociedade brasileira é marcada pela intolerância, refletida no contexto hodierno à medida que os indivíduos reproduzem essas ideias preconceituosas de forma normalizada. Como consequência, vários grupos são marginalizados e postos como inferiores a outros, somente por não se encaixarem em papéis pré-moldados socialmente.        Ademais, é importante destacar a carência de políticas públicas de combate à intolerância. Dessa maneira, segundo a ideia de Aristóteles de que a igualdade só está presente onde há justiça, o Estado brasileiro é falho no que diz respeito à garantia da isonomia social, pois as minorias são constantemente esquecidas e não possuem visibilidade e representatividade nos setores da política, sendo muitas vezes silenciadas em várias decisões importantes para o país. Por conseguinte, intensifica-se os discursos de ódio, a exclusão e a marginalização desses grupos no atual contexto brasileiro.       Compreende-se, portanto, a necessidade de medidas para atenuar esse empasse. Logo, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas e as comunidades locais, investir em políticas de prevenção à intolerância, por intermédio de palestras e debates que abordem a importância do respeito às diferenças, afim de desconstruir os paradigmas enraizados socialmente. Além disso, é dever do Estado, de forma geral, oferecer mecanismos que deem mais voz e visibilidade aos grupos historicamente marginalizados, por meio do incentivo ativo à participação nas decisões políticas e na elaboração de leis de combate aos preconceitos. Assim, a intolerância no Brasil será, gradativamente, substituída pelo respeito e pela isonomia.