Enviada em: 15/06/2019

Idealizada pelo o filósofo Thomas Morus, a Ilha da Utopia é uma sociedade desprovida de intolerância, onde seus habitantes gozam do direito de expressarem suas formas de viver e pensar, sem sofrerem qualquer tipo de opressão. Comparando essa civilização ao cenário atual brasileiro, percebe-se que a realidade é totalmente oposta, uma vez que os discursos de ódio contra grupos minoritários é algo explícito. Esse quadro patológico resulta, sobretudo, das redes socias, onde os usuários estão livres para praticarem esses atos, bem como da negligência midiática em abordar situações ocorridos com esses grupos.       Em primeira análise, as redes socias possuem um papel crucial no aumento dos discursos de ódio. Tal conjuntura é explicada pela a situação presenciada nas eleições de 2018, para a presidência do Brasil, onde, com os resultados do primeiro turno, os nordestinos foram considerados culpados pelo resultado e, consequentemente, sofreram com mensagens preconceituosas na internet. Por mais que, esteja presente na constituição de 1989, a Lei 7716, que considera como crimes os atos de discriminação e preconceito, percebe-se ela que não foi suficiente para evitar o caos de 2018. A existência de punições precárias, pelas redes, para os disseminadores de mensagens intolerantes faz com que esses tenham mais autonomia para praticarem atos inconstitucionais e agravarem a situação.      Vale ressaltar, também, que a negligência da Mídia em informar sobres os grupos minoritários contribuem de forma negativa. Segundo o filósofo francês, Edgar Morin, a Mídia contemporânea não só expõe deliberadamente o ódio, como também incita os atos hostis. Prova disso é que, conforme a pesquisa feita pelo Projeto Comunica, cerca de 90% das menções sobre as minorias, pelos meios de comunicações, fazem uma abordagem negativa e discriminatória. Logo, essa atitude corrobora para que a população veja esses grupos de uma forma negativa também, piorando o caso de uma forma mais intensa.       Torna-se evidente, portanto, que há entraves para que a questão do discurso de ódio contra grupos minoritários seja solucionada. Primeiramente, as redes socias devem, com parcerias governamentares, criar mecanismos de buscas, que possam localizar pessoas que ajam de maneira criminosa na internet, com a finalidade de que estas possam responder pelos os seus atos. Em contrapartida, o Ministério Público deve, por meio de parcerias com o Supremo Tribunal Federal, averiguar as condutas tomadas pelos setores midiáticos diante de situações com os grupos minoritários e, quando necessário, punir de forma judicial a instituição, com o intuito de exterminar essa forma de negligência. Somente assim, eliminando essas práticas, a sociedade brasileira poderá obter algumas características da famosa Ilha da Utopia de Morus.