A criminalização da homofobia, conquistada em 2019 no Brasil, mostra um avanço contra a intolerância e ao ódio sofrido por uma minoria. No entanto, sabe-se que medidas como essa nem sempre mostram-se eficazes, pois elas atuam nas consequências- quando esses sentimentos são manifestados- e não sobre a causa- o que gera a intolerância e o ódio. Por isso, medidas que preconizem a tolerância e o respeito ao outro são necessárias para a mudança desse cenário. Segundo Nelson Mandela, ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou religião, para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, é possível ensiná-las a amar. Essa ideia vai ao encontro da problemática atual no Brasil, de intolerância e discursos de ódio, já que esses sentimentos não são inerentes ao homem e sim construídos ao longo da vida. Isto é, parcela significativa da população aprende e cresce julgando, criticando e desrespeitando pessoas e comportamentos divergentes de uma ideologia dominante, ao invés de ter um outro olhar diante dessa situação e aprender a conviver e respeitar o que diverge de seus pensamentos. Por isso é imprescindível, o ensinamento de que não há certo e errado, mas sim diferenças e que é muito mais humano respeitá-las. Outrossim, é indubitável afirmar que a diferença causa um certo desconforto e uma dificuldade de convivência. Analogamente, a intolerância abre caminho para o isolamento, ou seja, estar cada vez mais longe daquilo que é julgado inaceitável. Contudo, esse distanciamento é uma das causas para a persistência de discursos de ódio e intolerância, uma vez que o grande desafio de conviver com aquilo que é diferente é um exercício que precisa ser praticado diariamente, para que seja possível entender, aceitar e tolerar as diferenças. Logo, enquanto houver essa distância, a minoria ainda será vulnerável aos discursos de ódio e a intolerância. Diante disso, para acabar com esse sentimento contra as minorias é preciso atuar na causa da intolerância e do ódio. Portanto, é dever do Ministério da Educação, promover a inclusão dessas minorias nas escolas, com debates e aulas que mostrem a existência de diferenças, e ensine a respeitá-las e tolerar, ao invés de disseminar o ódio e a intolerância. Só assim, essa problemática será resolvida.