Enviada em: 18/06/2018

John Locke, durante o Iluminismo, pregava a liberdade de expressão mesmo que as opiniões fossem divergentes. Nesse sentido, a ideia inicial de poder se manifestar de forma respeitosa ganhou outras interpretações, sendo uma delas a de expôr o seu ponto de vista mesmo que agrida outra pessoa. Cabe portanto, analisar o limite dessa liberdade de expressão e como tal atitude pode influenciar no cotidiano da sociedade.    Primeiramente, deve-se destacar, a propagação de discursos intolerantes baseados no direito de se manifestar. No Brasil, a Constituição vigente garante tal direito e usando desse artifício muitas pessoas utilizam, principalmente, das redes sociais para incentivar atitudes racistas e preconceituosas, propagando de maneira ágil esses discursos. A exemplo dessa disseminação têm-se os casos recentes de racismo contra a repórter conhecida como Maju e a filha adotiva do Bruno Gagliasso, Tite.     Outro fator a ser mencionado é a impunidade dos casos. É perceptível a transmissão de discursos intolerantes em toda a mídia, porém após as denúncias raramente se vê uma resolução eficiente, fazendo com que essas ideias continuem se espalhando e influenciando diversas pessoas. Segundo uma pesquisa realizada pela agência Comunica Que Muda, durante apenas três meses, os índices de menções negativas nas redes sociais chega a 97%, comprovando tal descaso com o meio virtual.      Locke, quando defendia o direito de se manifestar também prezava pela tolerância na diversidade de opiniões. Por tudo isso, disseminar um direito constitucional mas de respeito é essencial. Cabe ao Ministério da Tecnologia da Informação, em parceria com as grandes empresas de redes sociais, identificarem comentários preconceituosos e as pessoas que espalham, através da identificação de palavras chaves e dos IP's dos aparelhos, visando um controle pelo Estado e uma punição eficiente dos culpados. Além disso, a mídia televisiva deve mostrar dados de intolerância, no Brasil, por meio de novelas e reportagens, buscando eliminar a visão de país pacífico e aguçar a criticidade social a respeito.