Enviada em: 14/06/2018

A Revolução técnico-científico-informacional proporcionou o desenvolvimento de tecnologias virtuais, as quais beneficiaram o cotidiano humano. Entretanto, no Brasil, esse desenvolvimento foi acompanhado por más consequências sócio-políticas, visto que, devido ao precoce acesso juvenil à internet e ao radicalismo e preconceito, há a propagação de discursos de ódio e intolerância nas redes sociais. Nesse sentido, é necessária a promoção de ações sociais, com o fito de amortizar o problema abordado.            Em primeiro plano, cabe pontuar que o cedo acesso dos infantes nas mídias sociais é um dos responsáveis pela proliferação dos conteúdos preconceituosos. Isso porque eles são imaturos e não recebem instrução familiar acerca do respeito e tolerância às diversidades. Em razão de tal fator, atitudes conflituosas, cotidianamente, são geradas nos aplicativos de comunicação virtual, como o caso da jornalista Malu Coutinho, a qual foi, em 2015, vítima de comentários racistas no Facebook. Desse modo, nota-se a constante agressão às liberdades individuais e o crescimento do ciberbullying.             Outrossim, o pensamento radical e preconceituoso fomenta a proliferação dos discursos de ódio. Tal problemática é decorrente da formação sociocultural brasileira, a qual calcou-se na opressão e desrespeito às minorias. A sociedade, então, por tender a absorver as estruturas sociais de sua época, conforme dito pelo sociólogo Pierre Bourdieu, pratica discursos de ódio baseados na homofobia, misoginia, racismo nas redes sociais. Diante disso, com base no conceito deturpado de liberdade de expressão, o ambiente virtual torna-se hostil e repleto de transgressões aos preceitos da Carta Magna de 1988.             É evidente, portanto, que a família, em razão do seu papel de socialização primária, oriente os jovens quanto ao respeito às diversidades e à utilização correta das mídias sociais. Por isso, debates rotineiros devem ser realizados, com o objetivo de desconstruir a imaturidade e o pensamento radical dos infantes. Ademais, cabe ao Executivo promover operações de vigilância e punição, pautadas no Marco Civil da internet, contra pessoas que realizem ataque de ódio nas redes sociais, visando a sintetização de um ambiente virtual mais democrático e coeso.