Enviada em: 02/06/2018

Intolerância, a justificativa do indefensável       As redes sociais proveem uma plataforma onde o discurso de ódio e a intolerância atuam com destreza. O sentimento de superioridade evoca no indivíduo o desejo de inferiorizar quem não é semelhante a ele. Consequentemente, aqueles que não atendem aos padrões determinados por estes "maiores", tornam-se alvo fácil de discriminação.       Muitas pessoas carregam em si a certeza de que são superiores aos outros. Na Grécia Antiga, havia um personagem mitológico, chamado Narciso; ele era conhecido por supervalorizar, cultuar incansavelmente a sua própria imagem. O que se tem na contemporaneidade nada mais é do que uma grande massa de narcisistas que, dotados de um pensamento medíocre, marginalizam e ferem a imagem de quem não pertence à mesma facção a que fazem parte, muitas vezes através da Internet.       As redes sociais tornam-se um ambiente favorável àqueles que, desprovidos de ética e moral na vida real, propagam o ódio. Nos últimos onze anos, dados da Safernet, ONG que age em prol da erradicação do discurso de ódio na Internet, apontam que mais de 3 milhões de denúncias foram feitas, dentre as quais há relatos de intolerância religiosa, xenofobismo, racismo, homofobia, etc. É, evidentemente, uma realidade incontestável.       Mediante o exposto, constata-se uma sociedade adoecida, que promove a segregação de pessoas, tendo a Internet como um espaço formidável para propagar a discriminação. Faz-se necessária,assim, a punição dos crimes cibernéticos na mesma proporção a qual os crimes reais sãos submetidos; além disso, é fundamental que quem sofre discurso de ódio não se cale, mas se manifeste, denuncie, lute por sua dignidade. Afinal, todos são iguais em liberdade e direitos perante a lei.