Enviada em: 12/06/2018

Considerada uma das mais célebres séries americanas, "Pretty Little Liars'', retrata um grupo de protagonistas que possuem a imagem difamada nas redes sociais. Fora da ficção, a realidade encarada pelas personagens não difere do tecido social, já que a internet é considerada um espaço amplo para a manifestação de discursos intolerantes pautados em preconceitos enraizados na sociedade. Nesse contexto, faz-se necessário reverter tal situação conflitante, tomando a empatia uma pauta social.         Cabe pontuar, em primeira análise que, embora a função de punir e julgar seja do Estado, grupos paralelos atribuem discursos com ideais preconceituosos e de cunho discriminatório mascarados de liberdade de expressão e, consequentemente, ferindo as leis da Constituição e dos Direitos Humanos. Neste viés, o avanço das mídias sociais que, por conseguinte acarreta na facilidade de acesso, e o ideal do anonimato corroboram com a perpetuação de ideologias e estereótipos, principalmente em relação às minorias. Contudo, a ineficiência das legislações que visam uma sociedade justa no âmbito digital proporciona um sentimento de impunidade na nação, corrompendo pessoas e gerando mais crueldade.          Consoante o sociólogo Michel Foucault, tudo emana poder e pode ser utilizado como instrumento de dominação. Sendo assim, o ser humano é influenciado pelo que ouve ou vê, ou seja, a mídia ao explorar a questão de forma sensacionalista potencializa a revolta e a repetição do ato dessa natureza. Outrossim, constata-se a passividade das escolas e da família no estímulo escasso na cidadania, que tem como consequência a prática ofensiva de postagens e compartilhamentos, conhecida como ''Cyberbulling''. Ademais, a persistência de tais ações impulsiona a falta de empatia e o individualismo no corpo social. Deve-se abordar, ainda, que a livre circulação de ódio e a escassa presença de respeito nas redes sociais, acarretam em uma série de outros desdobramentos negativos, tais como a humilhação virtual e pública, além da pressão  psicológica promovida pelos criminosos às vítimas.       Destarte, diante dos argumentos supracitados, cabe ao poder judiciário a fiscalização intensa das leis que promovem punições aos infratores de forma que garanta a devida punibilidade. Urge a criação e aperfeiçoamento de Organizações Não Governamentais (ONG´S), que por serem menos burocráticas, dever-se-á veicular uma plataforma online de denúncias anônimas com o intuito de preservar a vítima e garantir sua segurança, além de fiscalizar as postagens e investigá-las. Por fim, é função do Governo em parceria com a mídia, que é formadora de opinião, a elaboração de mecanismos para conscientizar a população e garantir a cidadania, principalmente na educação de base. Dessa forma, a nação poder-se-á tornar mais empática, tolerante e com menos discursos de ódio.