Enviada em: 01/07/2018

O avanço da internet, a partir da década de 1980, possibilitou a integração de diversas pessoas e culturas através das redes sociais. Esse desenvolvimento modificou a forma das pessoas se comunicarem e relacionarem, diminuindo a distância entre o mundo real e virtual. No entanto, muitos indivíduos consideram a internet uma ‘’terra sem lei’’ e disseminam xingamentos e comentários depreciativos. Ora, ao passo que a rede social fomenta a comunicação, ela torna-se palco de ofensas e afrontas.        Nessa perspectiva, a falsa sensação de impunidade promovida pelo anonimato nas redes sociais aumenta os casos de intolerância. Conforme o pensamento do poeta Ivan Teorilang, a impunidade é o incentivo contundente para a prática do crime. Nessa lógica, muitos usuários criam perfis falsos na certeza de que não serão punidos e nem descobertos, assim propagam discursos de ódio e comentários preconceituosos e xenófobos nas redes sociais, com o objetivo de denegrir a imagem da vítima. Como o caso da jornalista Maju Coutinho do jornal nacional, que por ser negra foi alvo de comentários racistas no Facebook e Twitter. Desse modo, enquanto essa impunidade prevalecer, vai sobrepor a hostilização e intolerância no mundo virtual.        Ademais, a falta de respeito à liberdade de expressão e a dificuldade de aceitar a religião, cor ou opção sexual do outro intensificam as agressões virtuais. Dessa forma, os agressores compartilham mensagens ou postagens que fere a dignidade da pessoa, ampliando os casos de cyberbullying que podem ocasionar, depressão baixa autoestima e problemas de socialização à vítima. Segundo a ONG Safernet, entre os anos de 2010 e 2013, aumentou em mais de 200% o número de denúncias contra páginas na internet que disseminaram discursos de ódio. Logo, a polícia especializada em crimes virtuais deve investigar e buscar punição ao agressor.        Transformar, portanto, esse retrato de intolerância, requer que as escolas, por meio de palestras, debates e reuniões em grupos entre os professores, psicólogos, pais e alunos trabalhem no sentido de conscientizar os jovens sobre a importância de respeitar e proteger a dignidade do outro. Ainda, cabe as redes sociais como o Facebook e Twitter, a criação de plataformas digitais de monitoramento para averiguar se o conteúdo publicado possui xingamentos ou fotos preconceituosas e consequentemente excluir essas publicações, com o intuito de diminuir a quantidade de postagens que denigre a moral da vítima.