Enviada em: 31/10/2017

Com o advento da globalização, a troca rápida e prática de informação tornou-se fundamental para a comunicação internacional, o que culminou no desenvolvimento da internet. Entretanto, devido ao uso indiscriminado e perverso dos recursos virtuais, a ideia de nocividade permanece ligada às redes sociais. Essa realidade é agravada não somente pela disseminação instantânea dos conteúdos, mas pela sensação de impunidade no espaço digital.       Em primeira análise, o fácil acesso e propagação de ideias no espaço cibernético possibilitam a agressão invisível, que se esconde em comentários que podem passar despercebidos, pois abordam discursos já incorporados pela sociedade. Por meio da justificativa no princípio da liberdade de expressão, indivíduos utilizam os meios sociais para disseminar a elevação subjetiva da crença existencial e evidenciar diversos tipos de intransigência em relação ao outro, seja em relação a aparência, à classe social, à opção sexual ou política. Nesse sentido, práticas diárias como curtidas e compartilhamento de postagens que desprezam determinados grupos, encorajam a disseminação do discurso de ódio.       Ainda, o meio virtual emite a possibilidade de anonimato e a errônea crença de que a legislação não se aplica às posturas online. Sob esse viés, a discriminação é disseminada pelo uso de textos, imagens, vídeos, e compartilhamento de textos nas redes sociais que se avolumam em seus conteúdos, e em geral produzem uma sociabilidade por vezes nada ética ou pacífica, sustentada pela impunidade dos responsáveis. Por conseguinte, os ativistas do discurso de ódio são estimulados a expressarem pensamentos preconceituosos, habituando a sociedade a um falso padrão de normalidade.       Em vista disso, constata-se que as vantagens da internet não excluem seu caráter nocivo, o que dificilmente será controlado, dado o seu amplo acesso. Mas para que a problemática seja minimizada, se faz necessário que o Poder Executivo, por meio do Ministério da Justiça e com a elaboração de mecanismos de denúncia,  crie delegacias e centros de investigação especializados em crimes virtuais, a fim de minimizar as ocorrências e evitar a impunidade. Ainda,  compete à mídia promover campanhas socioeducativas na TV, com o fito de alertar e instruir intelectualmente a população quanto à reprodução de imagens e textos associados ao discurso de ódio, pois, assim como cita o escritor Chesterton, a intolerância pode ser aproximadamente definida como a indignação dos que não tem opinião.