Enviada em: 10/10/2017

No limiar do século XXI, com advento das novas tecnologias, a intolerância e os discursos de ódio no mundo virtual, são alguns dos problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Devido ao possível anonimato fornecido on-line, muitas pessoas sentem-se seguras na hora de praticar crimes de xenofobia, racismo, entre outros. Une-se a isso, a impunidade dos que cometem tais delitos e o cenário catastrófico está arquitetado.                                                                                                  É inegável que o acesso à internet transformou a vida no planeta, tudo está ao redor da mesma, sendo ela, em muitas ocasiões, uma ampliação da realidade, tamanha sua importância na sociedade pós moderna. Sendo assim, problemáticas do dia a dia hodierno ultrapassam o limite entre o real e virtual e se difundem nas redes, com o agravante de que lá, não é necessário expor a identidade e é consideravelmente mais difícil descobrir os autores de determinados comentários. Com isso, não há precedentes em relação ao que pode ser falado. Fatos estes, são provados com dados de uma pesquisa da ong "safernet", esta, afirma que no Brasil, ocorrências de atos misóginos, machistas, discursos de ódio, além de outros tantos, apresentaram um crescimento de 200% entre os anos de 2012 e 2013.   Outrossim, a lentidão do sistema judiciário brasileiro e a pouca importância dada a crimes na web por parte dos governantes, contribui para a persistência e por que não, o aumento de tais problemas, porquanto faltam exemplos de punição contra criminosos cibernéticos. Ademais, o sociólogo Pierre Bordieu, falecido antes da tecnologia tomar suas atuais proporções, afirma que o desrespeito aos direitos humanos não consistente apenas no embate físico, está, sobretudo, na perpetuação do preconceito contra uma pessoa ou grupo social. Ideia esta, evidencia que as raízes da dificuldade de se tolerar alguém diferente, tem seu "nascimento" datado de anos atrás e só foi amplificado com acréscimo da modernidade.   Em vista disso, por se tratar de um comportamento do homem fortalecido pela última revolução industrial, é imprescindível, por parte das empresas de tecnologia, como as redes sociais, por exemplo, coibir o conteúdo que infrinja os direitos humanos, por meio de algoritmos que filtrem palavras chave e excluam tais elementos das redes, ja que, em grande parte das ocasiões, os "agressores" não podem ser reconhecidos. É imperativo que o Ministério da Justiça puna de modo mais enérgico aqueles que forem identificados ao cometerem alguma atitude preconceituosa on-line  por intermédio de leis  mais rígidas e agilizando a execução de processos pendentes com relação a este tema. Por fim, torna-se nevrálgico que a mídia exerça influência sobre seu público e o conscientize acerca da igualdade entre as pessoas com a promoção de debates e oferecendo informações a respeito do assunto