“Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lá". A frase do pensador iluminista Voltaire revela um importante aspecto para a manutenção da coesão social: a liberdade de expressão. No entanto, no atual contexto, as redes sociais em vez de se tornar uma esfera de troca de ideias, se mostra como um lugar para propagar a intolerância e os discursos de ódio, principalmente, devido à possibilidade de anonimato e à velocidade das informações. Em primeiro plano, é importante ressaltar que a internet é uma ferramenta de demasiada importância para o engajamento social e para a divulgação de informações no século XXI. Todavia, os indivíduos utilizam esse meio para disseminar palavras de ódio de modo desenfreado, já que se sentem protegidos pelo anonimato e pela impunidade com relação aos crimes virtuais. Assim, as redes sociais ficam repletas de comentários racistas, misóginos, xenofóbicos, etc. Ademais, majoritariamente, os cidadãos compartilham tais conteúdos sem pensar na probabilidade de ofender o próximo, visto que acreditam se tratar apenas de uma brincadeira. Dessa forma, a rápida reprodução e repercussão dessas publicações promovem um meio cibernético repleto de preconceitos e de ofensas. Como por exemplo, o ciberbullying, que encontrou no âmbito virtual uma facilidade para ser praticado. É evidente, portanto, a necessidade de medidas que combatam o impasse. Cabe ao poder legislativo criar leis mais severas com relação aos crimes cometidos no meio digital a fim de que os indivíduos não se sintam motivados a praticá-los devido à impunidade, bem como aos órgãos governamentais fundar delegacias especializadas nessas transgressões, pois, muitas vezes, essas têm ligação com os delitos cometidos pessoalmente. Cabe, às escolas e às famílias, por sua vez, promoverem campanhas e palestras educativas que instruam os jovens sobre a gravidade em cometer esses atos e que os instiguem a denunciar, adotando, desse modo, uma postura séria a respeito do assunto.