Enviada em: 15/10/2017

A obra machadiana, Memórias Póstumas de Brás Cubas, é marcada pelo pessimismo do autor ao afirmar que teve um saldo positivo em sua vida pois nunca teve filhos e, destarte, não transmitiu o legado da miséria humana. Nesse âmbito, mais de um século depois da publicação do romance, expõe-se que tal miséria permanece existindo, tal que a problemática da intolerância e discursos de ódio continuam sendo transmitidos de geração a geração. Contudo, com o advento da internet, tal impasse passou a ser propagado nas redes sociais e em escala global. Desse modo, urge que medidas sejam tomadas para combater essas atitudes degradantes e vergonhosas.       Consoante o sociólogo Durkheim, os seres humanos são moldados pelo fato social, ou seja, a sociedade apresenta grande influência nas atitudes e pensamentos que desenvolvem um indivíduo. Assim, por exemplo, se uma criança, a priori, cresce em um cenário rico em intolerâncias e preconceito, a mesma tende a adotar os mesmos conceitos pois foi influenciada a pensar dessa maneira. A posteriori, os discursos de ódio e a intolerância são expostos na internet, uma vez que o individualismo leva essa a acreditar que os seus preceitos são a verdade absoluta. Desse modo, o ódio às diferenças aumenta em conjunto ao individualismo.       Diante desse cenário, pontua-se o fato ocorrido nos Estados Unidos da América, o qual um grupo neonazista de extrema direita protestou furiosamente contra os negros, imigrantes, judeus e gays que vivem no país. Outrossim, esse episódio desencadeou muitos comentários positivos na internet que aclamavam a atitude dos neonazistas. As redes sociais, em suma, são veículos muito utilizados para formar grupos preconceituosos e difundir visões contrárias a individualidade de cada cidadão. Por conseguinte, torna-se claro que o preconceito é muito presente no conceito dos indivíduos.       Desse modo, com o intuito de amenizar o impasse da Intolerância e discurso de ódio nas redes sociais, urge que medidas sejam tomadas. O Legislativo em parceria com a Polícia Federal deve criar uma lei que criminalize e puna àqueles que cometerem atos intolerantes ou propagarem práticas e discursos odiosos. O Ministério da Educação necessita realizar palestras nas escolas, ministradas por especialistas, voltadas aos alunos e aos pais, que exponham a problemática da intolerância e ensinem que tal prática é retrógrada e deve ser exterminada. Ademais, o Governo deve investir em programas que atendam o público alvo de intolerância, racismo e preconceitos. Dessa forma, tomando essas medidas, o legado da espécie humana deixará de ser a miséria.