Enviada em: 19/10/2017

A discussão sobre intolerância e discurso de ódio tem se intensificado desde o início do século XXI. Contudo, essa problemática possui um viés histórico e apenas ganhou mais visibilidade com o advento das novas tecnologias. Nesse contexto, o ato de proferir ofensas, na internet, é potencializado pela possibilidade de atingir mais vítimas e manter o anonimato. Embora os motivos para tais ações sejam preconceituosos, há, também, aqueles marcados por pura demagogia.       É pertinente abordar, primeiramente, sobre um fator concernido à história que corroborou para a gênese do combate ao discurso de ódio: o Nazismo. No pós Segunda Guerra, as nações se uniram para criar legislações que punissem práticas de apologia ao etnocentrismo e eugenia, ambos ligados ao regime alemão. Desse modo, o Brasil, por exemplo, homologou as leis de injúria racial e vilipêndio à fé alheia que vieram a ser úteis, atualmente, no mundo virtual.       Tais iniciativas do Poder Legislativo e Judiciário brasileiro se reforçaram com a aprovação do Marco Civil da Internet. Assim, conteúdos expostos que violam a dignidade humana, em redes sociais, podem ser apagados por autoridades policiais sem ordem judicial. Isso, além de agilizar processos criminais, possibilita a identificação dos responsáveis - mesmo que tentem se esconder atrás de perfis falsos - e a sua devida punição. Entende-se, então, que a internet não é uma terra sem lei, pois a legislação vigente antes de sua popularidade pode se estender à ela.       Concomitantemente a isso, o ambiente virtual é o cenário preferido para discussões ideológicas de natureza demagógica. Com a polarização  formada sobre questões políticas e sociais, os indivíduos trocam insultos e criam estereótipos entre si. Nesse sentido, a conectividade catalisa esses atritos e expõe algo que não pode ser resolvido a curto prazo, já que a intolerância é recíproca e está arraigada nas raízes da formação cidadã de uma pessoa.       Consta-se, portanto, a necessidade de conter extremismos e dinamizar ações ativistas com as preventivas. As ONGs, pois, têm o papel de conduzir a sociedade civil a encaminhar denúncias sobre intolerâncias às autoridades, além de atuar com a ajuda da mídia para maior alcance. Então, no âmbito preventivo, cabe às escolas, juntamente às famílias, trabalharem o conceito de cidadania e respeito ao próximo por meio de oficinas educativas que atendam desde os primeiros anos escolares até o último, pois elas têm seres humanos em formação que podem fazer a diferença nas futuras gerações. Apesar do difícil caminho, será possível reverter o quadro em algum momento da história.