Enviada em: 21/10/2017

Entre o anonimato e o preconceito     Acerca dos avanços técnico-científicos, observa-se o papel da tecnologia nas relações sociais do século XXI. A despeito disso, as interações entre os usuários da internet reformularam a dinâmica dos relacionamentos interpessoais na medida em que facilitam o anonimato e o maior acesso às informações individuais. Logo, devido ao caráter libertino das redes sociais, o índice de intolerância e discurso de ódio eleva-se nesses espaços.        Para tanto, os impactos da Terceira Revolução Industrial transformaram não apenas as relações de trabalho, mas a maneira de se comunicar da população em geral. Por outro lado, a ascensão da democracia juntamente com a globalização viabilizaram a maior liberdade expressiva do indivíduos, responsável por evidenciar a intolerância que contrapõe-se a esse progresso. Assim, a internet como meio de comunicação contribui para a manifestação do preconceito ainda presente na sociedade.     Além dessa premissa, a obscuridade dos perfis nas redes sociais consolidam os discursos de ódio na pós-modernidade. Por isso, tanto o anonimato quanto o distanciamento físico entre as pessoas possibilitam a impunidade dos agressores. Consequentemente, a intolerância em detrimento das liberdades individuais manifesta-se contra as minorias sociais, como estrangeiros e homossexuais, por exemplo. À vista disso, a banalização do mal, proposta por Hannah Arendt, é análoga às condições das vítimas desses discursos nas redes sociais.        Dessa forma, a fim de erradicar a intolerância e o discurso de ódio nas redes sociais, é preciso que o Estado e as escolas contribuam. Para isso, o Governo Federal deve regulamentar o conteúdo exposto nesses espaços por meio de uma ação legislativa que caracterize o discurso de ódio como discriminação, com o intuito de proteger os grupos atingidos por ele. Ademais, as escolas em parceria com as famílias têm a função social de educar os jovens por intermédio de debates expositivos e interativos para incentivar o senso crítico e a tolerância dos indivíduos em formação.