Enviada em: 30/10/2017

É indiscutível que a violência virtual vem crescendo a cada ano no Brasil e no mundo. Nesse sentindo, não obstante, mediante fatores da esfera social, ética e judicial a problemática da intolerância e discurso de ódio nas redes sociais se faz presente no país, sendo um ato antiquado, de caráter nocivo e inercial a ser combatido.        A priori, é importante ressaltar que em 1946 a ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que visa garantir a base do respeito à dignidade humana. No entanto, esse preceito é muitas vezes violado pela população, pois fazem uso das redes sociais para discriminação e exposição de preconceito. Esse episódio pode ser comprovado quando analisado dados da ONG Safernet, que de 2010 a 2013 o número de denúncias contra crimes cibernéticos aumentou em 200%. Somando-se ainda a filosofia hobbesiana do homem como ser mau, perverso e egoísta, com a possibilidade de anonimato, os agressores sentem-se menos intimidados para expressarem ideologias racistas, homofóbicas, xenofóbicas, etc.        Entretanto, outro fator importante a ser mencionado reside no fato de que as pessoas estão vivendo tempos de modernidade líquida, conceito proposto pelo sociólogo Zygmunt Bauman, na qual evidencia o imediatismo das relações sociais. Nesse contexto, o indivíduo quando apresentado ao vasto campo de opiniões, personalidades e gêneros presentes nas redes sociais tem dificuldade em aceitá-los, uma vez que sua formação pessoal baseou-se somente em uma esfera de vivência não concreta e fluída, o que pode comprometer o pensamento crítico e o convívio social. Desta maneira, a melhor forma de superar o paradigma imposto pela rejeição à diversidade seria romper a principal consequência da modernidade, segundo o sociólogo: o individualismo.       Em síntese, é imperativo que o Estado, na figura de Poder Legislativo, crie leis de tipificação criminal mais severas para práticas de crimes digitais, de modo a abranger um maior número de vítimas e que sejam evitadas novas ocorrências. Ademais, cabe a sites, e redes sociais proporcionar canais de denúncia mais rápidos, de forma a diminuir a exposição de discursos de ódio e preconceito. Além disso, o Ministério da Educação, em parceria com prefeituras, para um amplo alcance, deve intensificar aulas de sociologia, e debates acerca da liberdade de expressão e respeito a opinião, a fim de contribuir para o desenvolvimento crítico pessoal. Assim, uma sociedade saudável poderá ser construída no Brasil.