Enviada em: 03/11/2017

Adotada pela Organização das Nações Unidas em 1946, a Declaração Universal dos Direitos Humanos visa garantir a base do respeito à dignidade humana. Todavia, os frequentes discursos de ódio nas redes sociais representam um entrave para a concretização de tais preceitos no Brasil contemporâneo. Isso se evidencia, não só pela sensação de impunidade no espaço digital, como também pela disseminação instantânea de conteúdos danosos à coesão e ao equilíbrio social.    Em primeira análise, o advento da internet e a facilidade de acesso aos meios de comunicação proporcionaram novas ferramentas para a perpetuação de ideologias intolerantes. Dessa forma, a possibilidade de anonimato e a errônea crença de que a legislação não se aplica às posturas online estimulam muitos indivíduos a expressarem pensamentos preconceituosos. Por conseguinte, o ambiente virtual é permeado por ideários racistas, misóginos, homofóbicos, os quais são inadmissíveis em um regime democrático e consoantes aos Direitos Humanos.    Outrossim, a rápida propagação e as dificuldades para remover tais conteúdos do ar, configuram-se como agravantes da problemática. De acordo com o conceito de “banalidade do mal”, proposto pela filósofa Hannah Arendt, a pior maldade deriva da irreflexão. Sob esse viés, práticas cotidianas e aparentemente inofensivas, como curtidas e compartilhamento de postagens relacionadas ao “cyberbullying”, por exemplo, são extremamente prejudiciais e encorajam a persistência de tais ações.    Diante disso, para combater a problemática, é imperativo repensar comportamentos diários. Cabe, portanto, às corporativas responsáveis pelas redes sociais elaborar mecanismos de denúncia, além de contratar funcionários para monitorar as postagens irregulares e retirá-las de circulação. A mídia, por sua vez deve promover campanhas socioeducativas na TV, para acabar com a disseminação de imagens e textos associados ao discurso do ódio. Logo, poder-se-à afirmar que a pátria oferece meios exitosos para, de fato, validar os direitos humanos.