Enviada em: 03/11/2017

Segundo as ideias do Papa João Paulo II, a violência e a intolerância ferem a dignidade e a liberdade de todo indivíduo. Tal ideologia pode ser evidenciada nos constantes ataques homofóbicos, racistas, misóginos e xenofóbicos que milhares de pessoas são submetidas nas redes virtuais, sendo vítimas de constantes discursos de ódio que violam os direitos humanos. Essa problemática decorre de uma sociedade que discrimina o diferente ou ainda incorpora preconceitos propagados desde a Era Antiga, como a inferiorização do negro e da mulher, além da inoperância dos meios jurídicos no mundo tecnológico.      Em primeiro âmbito, é necessário salientar que muitos movimentos foram responsáveis por propagar o preconceito e a aversão ao próximo. O darwinismo social, por exemplo, era defendido a partir da superioridade do homem branco e o seu fardo de ter que levar a sua cultura e conhecimento aos supostos inferiores e desfavorecidos. Com isso, esse conceito motivou as ideias de eugenia, racismo, fascismo e nazismo, pois mesmo sendo combatidos há dezenas de anos, alguns princípios ainda são incorporados na mentalidade de algumas pessoas. Adjunto a esse fato, o preconceito de modo geral, atravessou gerações e adentrou  nas redes sociais, como meio utilizado por alguns indivíduos para ferir moralmente um grupo social específico e alienar a consciência de uma maioria.      Nesse contexto, a rede tecnológica se torna uma possibilidade atrativa para a prática de discursos de ódio. Esse fato, confere-se pela possibilidade de anonimato e pela ideia equivocada de impunidade, pois poucos meios jurídicos são efetivados no mundo virtual. Sendo assim, atividades discriminatórias são realizadas sem moderação e alcançam cada vez mais públicos maiores. Ademais, de acordo com a ONG safernet, houve um aumento de 200% de páginas de moldes racistas e homofóbicos.         Infere-se, portanto, que o Poder Judiciário, em conjunto com o Ministério da Educação e dos meios midiáticos, cooperem para mitigar essa problemática. Cabe a Assembleia Legislativa fomentar a criação de uma lei específica para crimes de ódios virtuais, aumentando as penalizações dos infratores. Além da implantação de delegacias virtuais, adjunto a incorporação de aplicativos que monitorem as postagens nas redes, como forma que opressores sejam identificados e denunciados. Em paralelo, o Ministério da Educação deve agir com campanhas interativas nas escolas, além da sala de aula, como gincanas, com o objetivo de integração entre os alunos a fim de estabelecer vínculos e a importância do respeito ao próximo. Em suma, a mídia deve disseminar o assunto afim de viabilizar uma reflexão social, a fim de que, se alcance a tolerância e a dignidade a todos os cidadãos.