Enviada em: 24/03/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a intolerância e discurso de ódio nas redes sociais, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste ligada à realidade do país, seja pela falta de empatia, seja pelo o avanço tecnológico que submeteu a sociedade a um mundo avançado. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.  Como primeira constatação, observa-se que preocupações associadas a intolerância e discursos de ódio não apenas existem como vêm crescendo a cada dia. A ausência de empatia acontece porque na sociedade hipercapitalista que vivemos, os seres humanos são tão egocentristas que ninguém se preocupa com ninguém, fazendo o indivíduo olhar para o outro como se ele fosse "descartável" o qual poderia fazer o que bem quiser. Em decorrência dessa omissão, os cidadãos passam a proferir palavras de ódio na mídia, exemplo disso temos a Titi, filha adotiva do casal de Giovanna Ewbank e de Bruno Gagliasso que foi vítima de discurso de ódio na rede social pela socialite Day McCarthy, a qual chama a criança de "macaca" e "cabelo pico de palha".  Outro ponto que merece atenção está relacionado às consequências geradas pela intolerância e discursos de ódio nas redes sociais. Como efeito negativo dessa problemática está o avanço tecnológico. Tal situação ocorre devido à globalização que segundo o geógrafo Milton Santos em sua obra "Por uma outra globalização" relata que a mundialização é na verdade um mundo caótico, o qual trouxe a tecnologia que aproximam as pessoas umas das outras dando a liberdade de se expressarem, mas em muita das vezes essa expressão têm sido prejudicial para alguns indivíduos. Na pesquisa feita pela a ONG Safernet, entre os anos de 2010 e 2013 aumentou mais de 200% de denúncias contra a intolerância e discursos de ódio nas mídias, causada pela vasta popularização das redes sociais.  É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, as redes sociais juntamente com a Receita Federal que disponibilizará recursos para criarem uma espécie de elixir, o qual irá filtrar palavras agressivas ou de baixo calão promovendo o respeito nas plataformas sociais. Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam o combate a intolerância e discurso de ódio nas redes sociais, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.