Enviada em: 24/10/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca dos efeitos provenientes do excesso de jogos eletrônicos. Segundo Albert Einstein, físico alemão, o espírito humano precisa prevalecer sobre a tecnologia. Nessa lógica, observa-se um distanciamento desse ideal na contemporaneidade, haja vista que inúmeros danos são acarretados aos jovens que são compulsivamente dependentes dos jogos. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, basta analisar as causas, as consequências e o papel da família nessa questão de saúde pública.    Em primeiro lugar, vale ressaltar que o vício em jogos de videogames passou a ser considerado um distúrbio mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso advém, sobretudo, da escolha do jovem de priorizar excessivamente os games em detrimento de outras atividades e interesses. Por conseguinte, problemas psicológicos e físicos são gerados em virtude desse comportamento, como tendinite, agressividade e ansiedade. Para ilustrar, segundo um estudo publicado pela revista Neurology Now, o contato excessivo com jogos eletrônicos pode causar mudanças no comportamento dos adolescentes. Assim, nota-se conformidade com a frase de Marquês de Maricá, filósofo brasileiro, "Não há escravidão pior que a dos vícios", posto que o indivíduo não reconhece mais suas prioridades.    Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que, segundo o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, é dever da família assistir, criar e educar os filhos menores. Entretanto, muitos pais não agem conforme seus deveres. Vale salientar que, isso ocorre devido à falta de atenção direcionada aos filhos, fator que viabiliza o uso exagerado de videogames. Somado a isso, ao não estabelecer um limite e proporcionar uma vida desequilibrada aos filhos, estes podem ficar mais vulneráveis a desenvolverem vícios em jogos. Para corroborar, de acordo com a revista americana Archives of Pediatric and Adolescent Medicine. jovens viciados em games são mais distantes da família. Nessa circunstância, percebe-se que ao negligenciar as obrigações parentais, os pais podem ser colaboradores do vício.    Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram com o atual quadro negativo do país. Ao Ministério da Educação, cabe elaborar palestras públicas nas escolas com profissionais da área de psicopedagogia voltadas aos pais e alunos, sobre os perigos de abdicar das tarefas cotidianas em razão de videogames, dos sintomas do vício e dos malefícios que isso trás para a vida do indivíduo, além de mostrar aos pais as formas de evitar esse tipo de conduta, com o propósito de viabilizar o acesso à informação e auxiliar na identificação do distúrbio. É imprescindível, também, que a instituição familiar exerça seu papel e dê suporte e assistência aos filhos, controlando o uso de jogos eletrônicos de forma saudável, com o objetivo de evitar comportamentos autodestrutivos.