Enviada em: 08/05/2017

Além dos limites   Cuidar do corpo,nos dias de hoje,deixou de ser uma questão de bem estar e passou a ser um princípio exclusivo da estética.Com a supervalorização de padrões corpóreos idealizados pela mídia,jovens e adultos,homens e mulheres vem modelando sua própria natureza física para não sentirem-se excluídos.Passou-se a escravizar o corpo como uma obra de arte feita em rascunhos até completa perfeição,como se esse não tivesse limites.  Os meios de comunicação forçam,ainda que de forma implícita à primeira vista,a padronização de conceitos que ,''a priori'',já são dotados de suas particularidades.Segundo o sociólogo Jurandir Freire,essas forças externas pesam sobre o indivíduo e,assim,faz surgir grupos que não aceitam outra forma além dos  marcas de beleza impostam e que julgam ser corretas.Nesse contexto atual,o aumento do preconceito e da discriminação corrobora tal afirmação.   Outrossim,é válido salientar os problemas decorrentes da busca inconsciente pela beleza ideal.Amplamente se divulga os métodos cirúrgicos e medicamentos milagrosos para tal conquista que,diariamente,atraem milhares a cultuar corpos alheios.Nessa busca,muitos ultrapassam os limites do próprio corpo.Submetem-se a complicados procedimentos estéticos para melhorar a autoestima que fora comprometida pelos anúncios abusivos da internet,TVs e rádios,arriscando a própria vida.Segundo o Filósofo Platão,muitos não distinguem o que é belo porque dá prazer do genuinamente bom e benéfico.Hoje,infelizmente,a estética passou a suprimir a genuína autenticidade humana.   Contudo,para expressar beleza não precisa renunciar a  felicidade em prol de padrões determinadas.É necessário,nesse contexto,visão crítica da própria sociedade em querer sentir-se bem independente de conceitos e ideologias que suprimem a integridade física e psicológica,ou seja,conscientizando-se acerca disso.Afinal,segundo o pensador Johann Goethe,a beleza ideal está na simplicidade,isto é,nada além dos limites.