Enviada em: 24/08/2017

Maior representação do modernismo brasileiro, a semana de arte moderna, de 1922, previa a dissolução de formas arcaicas da arte e de padrões estéticos enraizados. Todavia, ao observar o cenário atual, percebe-se, ainda, a manutenção do culto à forma estética, constituindo um problema social que deve ser enfrentado. Sendo assim, aspectos como o papel da mídia e da educação devem ser analisados, visando mitigar o impasse.     Primordialmente, cabe pontuar que o problema está atrelado a padrões de beleza impostos coercitivamente pela mídia. Tomando como base as ideias defendidas pelo filósofo Theodoro Adorno , cujo cerne é a análise das influências midiáticas na sociedade contemporânea, é notável que, para estimular o consumismo, foram disseminados esteriótipos estéticos, gerando uma padronização de indivíduos. Todavia, é válido ressaltar que pessoas que não se enquadram nesses quesitos são, muitas vezes, segregadas e consideradas inferiores esteticamente. Por conseguinte, isso pode levar à frustrações e, até mesmo, a quadros depressivos.      Paralelo a isso, destaca-se o baixo esclarecimento da sociedade civil, no que diz respeito à importância das diversidades, como impulsionador desse cenário. Nesse sentido, corroborando com a frase de Immanuel Kant " O homem é o que a educação faz dele", valores atualmente ausentes em muitos cidadãos dificultam o reconhecimento da valiosidade das diferenças e dão continuidade a esteriótipos impregnados.           Infere-se, portanto, a urgência em reverter esse cenário. Sendo assim, cabe à escola desconstruir modelos e esteriótipos de beleza, formando cidadãos emancipados da alienação midiática. Isso pode ser realizado por meio da inserção na grade curricular de assuntos como moral e ética, através do engajamento pedagógico às disciplinas de filosofia e sociologia. Concomitante a isso, cabe à mídia, por meio de séries, filmes e ficções engajadas, veicular à população campanhas de valorização às diferenças, mitigando, com isso, padrões de beleza enraizados.