Enviada em: 03/06/2018

O movimento modernista, no início do século XX, empreendeu uma desconstrução de padrões artísticos, testando, a todo momento, os limites do que se considerava belo. Ainda na contemporaneidade, à luz de extrema polarização, muito é discutido acerca de barreiras que devem - ou não - ser construídas na seara em foco. Nesse ínterim, urge explicitar o papel da arte nos âmbitos social e comportamental, a fim de que se compreendam as premissas de liberdade que, essencialmente, caracterizam tal área.    Em primeiro lugar, convém destacar o papel engajado que as manifestações artísticas assumem em uma sociedade. De acordo com Aristóteles, a arte é instrumento que fornece valores ao homem, de maneira a possibilitá-lo apreender reflexivamente o mundo que o cerca. Nessa perspectiva, tão importante segmento possibilita não apenas instrução, mas ampliação de concepções sobre as realidades distintas. Assim, dar visibilidade a discussões que encontram-se, comumente, cerceadas por tradicionalismos é afirmação de compromisso com a participação coletiva.   Contudo, é importante considerar excessos que contrariam as proposições iniciais desse meio cultural. A base de quaisquer iniciativas contrastantes no ramo em questão é ocasionar questionamentos que suscitem debates. Com efeito, obras que causam choque não devem fazê-lo puramente por ridicularização a grupos em específico, mas para fundamentar a busca por outros pontos de vista. Dessa forma, exposições, recentemente muito popularizadas, que ferem esse preceito fundamental ultrapassam o estranhamento salutar e não são experiências enriquecedoras.   Torna-se evidente, portanto, a necessidade de garantir a ampla expressão na criação artística, de modo a potencializar suas características positivas e possibilitar práticas engrandecedoras. Faz-se imperioso que os organismos educacionais, na disciplina de Artes, disponibilizem espaço propício para conversas e práticas dessa natureza. Nesse sentido, devem ser realizadas oficinas, aulas teóricas e apresentações culturais com o objetivo de despertar o valor educativo das técnicas de arte, fomentando criatividade e liberdade. Outrossim, cabe diferenciar licença expressiva de desrespeito, com a adição, à nível universitário, de disciplinas que discorram sobre Ética e Antropologia, a fim de aprofundar o conhecimento social. Dessarte, pela instrução, será tangível alcançar as transformações efetivas já ensaiadas pelos modernistas.