Enviada em: 20/08/2018

Arte: instrumento de transformação    Surgido na década de 1950, o movimento pós modernista chamado de Concretismo tem em suas inúmeras obras uma característica peculiar, o caráter lúdico. Aspecto que de forma direta convida o público a interagir e participar da obra, causando nele uma espécie de reflexão artística e intimista. Nesse sentido, denota se que a obra artística tem o poder de gerar não só contemplação mas também mudança de conceitos e opiniões a partir de uma análise profunda e principalmente inteligente, livre de ignorâncias. Diante disso, ao invés de limites, a arte necessita de uma maior didática quanto a sua concepção, seja no âmbito coletivo ou pessoal.       Vanguardas europeias do século XX como o Dadaísmo e Expressionismo tinham em seu contexto a função de questionar não só a própria arte mas a sociedade em si. Artistas brasileiros foram influenciados por esses movimentos e Cândido Portinari se destacou na técnica expressionista ao pintar a obra “Os Retirantes” na qual ele retratava de forma profunda a miséria que a seca proporcionava aos inúmeros nordestinos brasileiros. A obra que foi criticada na época de sua realização devido à sua inovadora técnica hoje se transformou em uma espécie de símbolo de resistência da luta de milhares de sertanejos que vivenciam anualmente a severa seca na região nordeste. Dessa forma, a arte mais uma vez demonstra sua faceta marcante e transformadora no contexto social, mesmo diante de críticas e rejeições.    Além das artes plásticas, a música transformou se em instrumento de luta nos períodos ditatoriais. Canções como “Cálice” , de Chico Buarque e Gilberto Gil, exprimiu uma ideia de resistência diante da ditadura militar brasileira. Outro fator é que, Cazuza e Renato Russo discutiam de forma ampla e abrangente a sociedade em suas letras. Em “Geração Coca-Cola” o vocalista da banda Legião Urbana demonstrava sua opinião sobre a juventude atual, questionando seu papel social.   Diante dessa análise, nota se que movimentos artísticos não devem sofrer censura ou boicote. A mudança não deve ocorrer na arte, e sim em quem a vê. Portanto, é fundamental a união do governo federal junto ao ministério da cultura a fim de criarem e promoverem palestras elucidativas com o intuito de debater sobre a importância artística em galerias e museus além é claros de institutos educacionais. Além disso, é de suma importância que o ministério público unido ao poder legislativo crie e fomente leis de classificações etárias de acordo com o teor de cada exposição apresentada. Dessa forma, o espectador estará ciente do que irá presenciar e a arte irá exercer de forma plena sua melhor função: transformar.