Enviada em: 03/08/2018

No ano de 1917, Monteiro Lobato escreveu uma forte crítica sobre a exposição promovida pela Anita Malfatti. Em seu posicionamento, o escritor se opõe as pinturas da artista modernista, considerando-as como "fora do comum e anormal". No entanto, esse descontentamento com a arte também pode ser verificado nos dias atuais. Nesse cenário, é cabível analisar como as relações e paradigmas sociais influenciam nessa problemática.  É importante ressaltar, de inicio, a influência do conservadorismo perante as artes surgentes. O retorno dessa onda - verificado pela ascensão de determinados líderes políticos -  corrobora com os limites impostos a arte. Por conseguinte, é certo que alguns consideram tais obras como abusivas e ofensivas à moral social, tendo como destaque a exposição exibida no Banco Santander em 2017, todavia, é necessário compreender o contexto presente em cada produção.   A ignorância atrelada ao discuso inflado de alguns "influenciadores" contribui, consideravelmente, com a rejeição à produção artística. Sob essa perspectiva, é cabível citar que, assim como a Anita foi duramente criticada por suas obras romperem com o tradicional da época, alguns artistas são mal interpretados atualmente. Paralelamente à isso, convém ressaltar a importância da arte no meio social como forma de denúncia, reflexão e formação de novos conceitos que contribuam para a harmonia geral.  Evidencia-se, portanto, a necessidade de ampliamento da tolerância e conhecimento das questões vigentes. Dessa forma, cabe ao Ministério da Educação promover nas escolas o incentivo ao estudo da literatura, bem como o aprofundamento nas múltiplas escolas literárias como forma de apresentar ao aluno as variedades artísticas.  Ademais, compete a Mídia e produtores de conteúdo na internet, divulgar cada vez mais a relevância do movimento artístico e suas contribuições históricas. Espera-se, com isso, uma melhor compreensão de todos acerca da imposição de limites a arte.